Trens da CPTM e o tal do loop operacional

Por Caio César | 24/10/2014 | 3 min.

Legenda: A Linha 9-Esmeralda é a linha da CPTM que mais emprega a estratégia de loops operacionais. Na fotografia, trens na Estação Morumbi
O loop operacional nada mais é do que um serviço adicional, que busca reduzir os tempos de espera nos trechos mais carregados

Caros leitores, quem aqui já ouviu falar do chamado loop operacional? Ok… talvez alguns ainda não saibam do que eu estou falando, então quem aqui já observou que alguns trens prestam serviços em um trecho específico de uma determinada linha? Parece mais familiar? Pois bem, e quando pensamos em trens voltados às estações Jurubatuba ou Pinheiros (9-Esmeralda), Mauá (10-Turquesa) ou Engenheiro Manoel Feio (12-Safira), por exemplo? Se você pensou em algumas situações (talvez tenha embarcado e desembarcado antes do seu destino final… mais sobre isso adiante), agora já tem uma ideia a respeito do que eu estou falando.

Loop operacional é quando um trecho de uma linha é considerado mais carregado e assim, deve ter os intervalos reduzidos para tentar melhor atender a demanda de passageiros. Na Linha 9, por exemplo, são dois loops. O grande problema é que, apesar das informações estarem disponíveis na Internet, parece que a existência do loop operacional não é de conhecimento da maioria, também, pudera, o site da CPTM parece ser o único canal que divulga informações a respeito. O loop operacional nada mais é do que um serviço adicional. Devido à simplicidade da rede metroviária, pode parecer estranho pensar no conceito de serviço, mas não é, trata-se de uma prática comum no mundo, principalmente com serviços expressos, semi-expressos e especiais. Segundo o site da CPTM, podemos evidenciar os loops operacionais da Linha 9 que eu citei anteriormente, por exemplo, conforme captura de tela a seguir:

Legenda: Trens da Linha 9-Esmeralda na Estação Morumbi

É possível observar então uma clara diferença de intervalos, o que significa, inclusive, que o trem vai entrar em operação vazio, aumentando consideravelmente a oferta de lugares e o conforto. Nas outras linhas, é comum o loop ser estruturado a partir de um terminal, o que faz com que sua diferenciação pela lotação não seja possível, por exemplo, é o caso da Linha 12, em que o trem do loop rumo a Engenheiro Manoel Feio parte do Brás, estação terminal também do serviço comum, que avança mais um pouco no Alto Tietê, concluindo a viagem em Calmon Viana.

O grande problema do loop operacional é que, justamente pela sua má divulgação, ele acaba sendo motivo de aborrecimento para algumas pessoas, embora em certos casos, existam falhas de comunicação na plataforma que contribuam ainda mais para causar frustração. A pressa e o estresse associados ao uso dos trens parece contribuir, de forma que o passageiro, ávido por chegar ao destino, acredite ser melhor embarcar no trem do loop, desembarcar e esperar o próximo trem em seguida. Porém, vamos teorizar mais um pouco: pensarmos que o sistema opera em regime de carrossel, não faz sentido ter pressa quanto ao trem do loop, embarcando no trem do loop ou no do serviço regular, o desembarque na estação final provavelmente ocorrerá no mesmo tempo, embora seja possível pensar que poderá ocorrer depois também, caso não seja possível o embarque na composição seguinte devido à lotação.

O propósito do post foi, além de introduzir o conceito do loop operacional com brevidade, convidar o leitor à seguinte reflexão: quão eficaz é a estratégia, se muitos não sabem da existência dela, portanto embarcando no trem do loop, ainda que a contragosto, sabendo que uma transferência “forçada” será necessária?




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