Nossas anotações da última reunião do CMTT

Por Caio César | 28/02/2015 | 9 min.

Legenda: A mesa no auditório do 7º andar, contendo figuras como o prefeito Fernando Haddad
Estivemos presentes na última reunião e estamos publicando nossas anotações (com os slides inseridos para facilitar a compreensão), áudio da reunião e uma pequena avaliação do aplicativo para Android apresentado

Índice


Observação: a apresentação de slides da SPTrans pode ser baixada aqui também.


Anotações

Tatto recepciona a todos e diz que vai apresentar o processo ligado ao plano definitivo, incluindo debate público e 32 subprefeituras, indo além das entidades. Haverá também participação via Internet. Segundo Tatto, a iniciativa é intersetorial e também multimodal, incluindo todos os modos e também a questão logística.Destaca a importância da Rede da Madrugada, piloto para as outras redes propostas. Aponta também a operação assistida e a operação controlada. Tatto promete dobrar 1,5× a oferta de ônibus na madrugada. Segundo o secretário, a ótica deve ser a do usuário, não importando a demanda, é preciso ofertar o transporte, sem negligenciar as atividades da madrugada. As faixas exclusivas de ônibus tem sua importância apontada e conectadas ao plano. Jilmar rebate as acusações de “falta de planejamento”, implicando que a faixa é um elemento para conferir confiabilidade.

Haverá um aplicativo para a Rede da Madrugada, que será apresentado. A GCM irá apoiar a iniciativa e o Governo do Estado também será envolvido. Jilmar Tatto também aponta a abertura do debate do novo modelo licitatório, dizendo que o debate ocorrerá com o usuário. Menciona a importância da auditoria feita pela Ernst & Young por determinação do prefeito Fernando Haddad. Também ressalta o desafio com o novo modelo licitatório.Haddad elogia as equipes e considera que o trabalho vai “marcar época”. O prefeito diz que a mobilidade também é o Plano Diretor Estratégico (menciona o Fernando de Mello Franco da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano) e cita a venda da gleba de 600 m² para criação de um polo de comércio e serviços na região.

Prefeitura busca parceiros para construção de centro de serviços na Cidade Tiradentes

Quem comprar vai ter de fazer um centro comercial e de serviços, com previsão de criar 4 mil empregos. Prefeitura diz que já foi procurada por empresas como Atento e IBM. Citou também a PPP (parceira público-privado) de habitação no Centro, tendo como meta 20 mil unidades, com 4 mil unidades já atingidas.Segundo Haddad, agora temos vacância nos imóveis no Centro de apenas 10%, versus 40% de dez anos atrás.

Centro de SP tem queda de 70% no número de apartamentos vazios

O prefeito apontou a expansão da rede de trilhos pelo Governo do Estado de São Paulo e reitera o papel da prefeitura na melhoria do transporte sobre pneus, cita também o Bilhete Único Mensal e o Passe Livre Estudantil.O lançamento da rede da madrugada será em 28/02/2015. Fernando Haddad destaca que ouviu muitas reinvindicações de trabalhadores noturnos, que em alguns casos esperavam uma hora no ponto para conseguir embarcar rumo aos seus lares. Para o prefeito, o ano será interessante, porém, ressalta a cautela devido ao horizonte de longo prazo (10–15 anos) para o futuro do transporte com a nova licitação, com o aprendizado proporcionado pelo diálogo com a sociedade e a verificação independente (auditoria da Ernst & Young). A economia de diesel, o ganho de tempo (para funcionários das empresas de ônibus e trabalhadores), os corredores em obras (50 km) e as faixas exclusivas são elencadas pelo prefeito. Haddad diz “quem sabe não cheguemos a 25 km/h de velocidade média dos ônibus nos corredores?”. Segundo o prefeito, a prefeitura está fazendo muitas obras viárias, mas o foco está no transporte coletivo, contudo, pondera que o carro também ganha.


A imprensa estará atenta, fiscalizando e nos ajudando a aperfeiçoar
Parafraseando o Prefeito Fernando Haddad, que ao desejar um bom lançamento para Ana Odila, diretora de planejamento da SPTrans, provocou risos por muitos no auditório, denunciando a parcialidade do jornalismo na cidade

Ana Odila inicia a apresentação do sistema, mostrando os paradigmas que estão sendo inseridos, muitos semelhantes aos utilizados no sistema de trilhos. Odila diz que desta vez, a prefeitura vai começar com a infraestrutura existente, sem planos iniciais que exigem uma infraestrutura complexa, exigindo novos terminais e muitos corredores. Aponta mudanças, faixas exclusiva etc, mas diz que será diferente. A diretora explica que hoje não temos uma rede. Segundo ela, a integração precisa ser fácil, do contrário, o usuário exige uma linha direta. Aponta os fatores abaixo para facilitar a integração:

Legenda: Slide 6

Explica Ana Odila que o grande nó de integração hoje é o Centro Histórico, o que acaba criando um congestionamento, segundo ela, a metade vem para se conectar. A ideia é criar linhas que não passem pelo Centro e permitam a troca de direção, de eixo, livrando o Centro. É preciso que a rede seja fácil de compreender, isto é, tenha legibilidade. Hoje a capital tem cerca de 1.300 linhas, sendo impossível da rede ser “lida”. Exemplifica que o Corredor Rebouças tem 30 linhas e que o usuário não sabe se a linha ‘X’ sobe a Paulista, se pega a Brasil etc, para Ana Odila, as linhas precisam seguir o viário, serem as mais retas possíveis. Ana Odila aproveitou e alfinetou a ideia de linhas nas marginais, dizendo que os rios implicam numa dificuldade grande de transposição. A “conexão” será a principal referência da rede ônibus, mostrando um mapa com uma área demarcada, para os lados da Nove de Julho. Diz que estudos estão sendo feitos para a questão da demarcação e comunicação com o usuário. Explica que na Paulista, o ponto da Brigadeiro está três quarteirões abaixo… os nós de conectividade irão, naturalmente, sacrificar uma faixa dos carros, mas os pontos serão aproximados, como existirão faixas exclusivas, será possível executar o plano. A conexão visa:

Legenda: Slide 6

Exemplifica com um esboço de conexão entre Avenida Nove de Julho × Avenida Brasil — inspirado em Londres, segundo ela.

Legenda: Slide 9

Exibe um exemplo de Barcelona também, tentando mostrar que não se trata de nada mirabolante. Para Odila, há uma concentração nos eixos radiais. Serão recuperadas as vias perimetrais para atender em rede, fala da Pedroso de Morais e outras vias. Nos eixos radiais serão reduzidas sobreposição e quantidade de linhas, sendo fortalecidos os eixos perimetrais. Segundo ela, tenta-se há 10 anos, sem sucesso, construir uma boa rede estrutural. Mostra os papéis dos sistemas Local e Estrutural, exibindo as características do tipo de ônibus empregado em cada um.

Legenda: Slide 12

Explica também que o serviço local deve atender os sub-centros de bairros, pois o sistema local atual não atende, contudo, o serviço proposto para o futuro não deverá competir com o estrutural.Nos picos, o problema do ônibus é a lotação, ligada ao viário; nos vales, o problema é a oferta, pois a degradação é muito restritiva. Mostrou um gráfico de distribuição do volume de viagens, visando adequação da oferta à demanda. O gráfico é complementado com camadas mostrando como a demanda se desdobra em faixas horárias.

Legenda: Slide 17

Mostra também a matriz de desejos de viagens, com a distribuição regional de demanda no pico e no entre pico.

Legenda: Slide 18

Ana Odila mostra as características operacionais das linhas estruturais nas Linhas de Rede e Linhas de Reforço, em seguida, mostra as características operacionais para os três tipos de linhas locais existentes (acesso rede estrutural, interligação bairros e acesso atividades locais).

Legenda: Slides 21 e 22

A direta exibe também classificação do viário estrutural e de apoio. A classificação se dá em dois níveis: no Nível 1 existem corredores de ônibus, mais de 3 faixas por sentido, 2 faixas por sentido com alto carregamento; no Nível 2, não, menos faixas por sentido. Para a Rede de Referência 2014, os serviços também serão reclassificados conforme gráfico exibido.

Legenda: Slide 27

Exibiu também calendário de implantação, a rede completa deve sair no segundo semestre de 2016.

Legenda: Slide 28

Odila admite que o estudo das conexões, incluindo projeto básico, ainda será lançado. Os terminais serão os “pontos de controle” do Noturno. A Operação Controlada, inédita para o sistema de ônibus, é uma aplicação envolvendo três pilares:

Legenda: Slide 33

O CCO da SPTrans coordenará a integração dos serviços locais com os serviços estruturais. Haverá também uma reserva operacional, com carros tripulados. Mostrou o projeto piloto, com o cumprimento de viagens usando a Operação Controlada, explicando que o cumprimento e regularidade melhorou.

Legenda: Slide 36

Mostrou também o surgimento de novos usuários. A palavra é passada ao Roberto, que apresentará o aplicativo Coletivo da Madrugada. Roberto explica o propósito do aplicativo e as telas do programa. O programa está integrado ao Catraca Livre (sugestão do Jilmar Tatto, segundo o Roberto). Também exibe o trânsito dos ônibus, não dos carros, respeitando as particularidades ligadas à priorização dos veículos. O app já está disponível no Google Play. Segue detalhando o uso do aplicativo. O app exibe as novas linhas noturnas nos pontos, com apresentação sugestiva.

A mesa é recomposta, incluindo Tatto, Padilha e Ana Odila. Padilha coordena o Conselho da Cidade (Concidade). Previsão de encerramento: 11h40, são 10h39. O debate tem início, levando cerca de 80 minutos, depois são feitas as considerações finais.


Áudio da reunião

A gravação foi feita usando um tablet, logo não estamos falando de nada profissional, é apenas um registro feito por nós do COMMU.


Avaliação do Coletivo da Madrugada

O aplicativo está disponível para dispositivos Android e pode ser baixado aqui. Vou resumir brevemente quão crítico eu acho que foi liberá-lo para download:

  • A interface tem problemas de renderização (testei num tablet Asus e foi um fracasso, as fontes ficam imperfeitas);
  • O aplicativo é visualmente pobre e não necessariamente intuitivo (pergunte a alguém sobre os “corações” na tela, que não favoritam, mas sim, estão ligados ao acompanhamento do trânsito);
  • Apesar de ter sido propagandeado como uma forma de descobrir os pontos com novas linhas noturnas, o programa limita a área de influência, não sendo possível mudar o raio de metros ou quilômetros para selecionar outros pontos;
  • O acompanhamento dos intervalos é meio estranho. A ideia de cartões é interessante, mas eles são uma metáfora diferente e não existe qualquer apresentação ao abrir o programa. Seria muito melhor que o programa imitasse um painel de mensagens, de forma rica, objetiva e bonita;
  • O programa não tem tela de abertura e fica congelado num fundo branco até o GPS do aparelho responder. Problemas com o GPS e dados carecem de feedback;
  • Na tela para envio de sugestões existe um botão discreto no canto inferior direito com o nome “Debug”, deixando claro que o programa é claramente um protótipo;
  • Definitivamente não substitui um “Cadê o Ônibus?” da vida. O programa poderia se chamar, simplesmente, “Qual ônibus passa aqui?”, visto que suas funções são mínimas.
Legenda: O aplicativo em execução. É visível que as fontes são mal renderizadas e que os tempos estão com problemas (3 minutos negativos na 3763–10, é isso mesmo?)

É importante que o maior número de pessoas baixe e teste o programa, seja via tablet ou smartphone. Existem até alguns elogios na loja do Google, talvez o milagre possa variar, mas não foi o caso acima.




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