Mês de Abril termina marcado por falha da Linha 3-Vermelha na Estação Brás

Por Caio César | 01/05/2015 | 4 min.

Legenda: Trens das linhas 11-Coral e 3-Vermelha no Tatuapé: serviço expresso e serviço parador lado-a-lado
Com a falha registrada em 16 de abril de 2015 (quinta-feira), novamente fica reforçada a necessidade de uma alternativa sólida. Com demanda superior a 1 milhão de passageiros em média por dia útil, a Linha 3 é a mais movimentada do sistema

Ocorrida por volta das 17h30, com reflexos até por volta das 20h, a falha que se deu num trem modernizado na Estação Brás, provocou muitas reclamações e alterações operacionais nas linhas 1-Azul e 2-Verde, além de impactar na operação da CPTM, que serve como “alternativa capenga” para uma parcela dos moradores da Zona Leste. Cenas de ônibus ainda mais lotados e pessoas sentadas nos pisos e degraus em estações também se repetiram.

Como toda falha no Metrô, notícias foram surgindo rapidamente naquele dia. Abaixo foram reunidos alguns exemplos:

O que não tem surgido rapidamente, porém, é uma alternativa aos usuários.


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O problema noticiado, que envolveu um trem da malfadada frota K da Companhia do Metropolitano, é mais uma ocorrência que expõe a necessidade de lutar pela investigação do processo de modernização dos trens das séries A, C e D, que está em andamento há um bom tempo, além disso, expõe também a fragilidade da rede, incapaz de fornecer alternativas realmente funcionais aos passageiros, que acabam por enfrentar ainda mais sufoco.

A Linha 11-Coral (Luz-Guaianazes-Estudantes) está saturada e é uma alternativa parcialmente expressa ao Metrô em parte da Zona Leste da capital (na verdade, é a única linha de caráter expresso de todo o sistema de trilhos); a Linha 12-Safira (Brás-Calmon Viana) está saturada, termina Brás e atende outro eixo da Zona Leste e, finalmente; a Linha 10-Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra) proporciona um atendimento reduzido à Zona Leste, fruto da própria inserção urbana da linha, além disso, também termina no Brás.

É preciso implantar alternativas em vias como Celso Garcia (como um VLT de alta capacidade, com 60 ou 80 metros) e Marginal Tietê (como um trem metropolitano, similar ao que já existe na Marginal Pinheiros). O BRT em construção pela SPObras, que atenderá trajetos entre parte da Zona Leste e o Centro, sendo parcialmente paralelo à Linha 3, ainda que louvável, será uma opção limitada em trajeto (terminará na Estação Pedro II) e capacidade (um BRT, sigla para Bus Rapid Transit, não oferta tantos lugares/hora por sentido em comparação com um sistema pesado de metrô, como é o caso das linhas que já atendem a Zona Leste e se encontram saturadas).

Outra opção que poderia ser avaliada, já levando em conta as dificuldades que deverão surgir com a Linha 15-Prata (monotrilho Ipiranga-Cidade Tiradentes), consiste numa linha entre a Marginal Tietê e São Mateus, que funcionaria da seguinte maneira: conectada a uma linha de trem na Marginal Tietê junto à Estação Parque do Piqueri (que daria acesso ao parque homônimo), integrada com a Estação Carrão e com as futuras estações Nova Manchester (expansão da Linha 2-Verde) e Jardim Marília-Cidade Líder (do nebuloso tramo leste da Linha 6-Laranja), contaria com pelo menos uma estação na Avenida Conselheiro Carrão, estaria conectada com o Terminal Carrão da SPTrans e teria execução relativamente rápida, com a maior parte da linha sendo feita em elevado, aproveitando a Avenida Aricanduva até o terminal, localizado junto à futura Estação Iguatemi da Linha 15-Prata.

Legenda: Região da Vila Nova Manchester, com as avenidas Aricanduva (parte superior) e Conselheiro Carrão (parte inferior). Imagem de satélite extraída do Google Earth

Com a notícia de que o carro continua recebendo a maior parte dos investimentos no país, é preciso que a indignação ligada a uma falha como a citada no início do texto, seja combustível para iniciar um processo de mobilização em prol do transporte coletivo na Região Metropolitana de São Paulo. Em relação à notícia mencionada no início do parágrafo, vale recomendar a leitura do arquivo do estudo (em formato PDF) que compara os anos de 2003 e 2012.

Por mais rigor na manutenção, mais rigor nos contratos e mais rigor na ampliação da rede! Precisamos de uma maior confiabilidade e da capacidade de realizar trajetos alternativos sem tanto sufoco.




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