Por Caio César | 26/06/2015 | 4 min.
Introdução
O encontro, prometido no mês de abril, na verdade, foi mais um bate-papo, onde o presidente se apresentou, falou um pouco de suas ações nestes três meses a frente da empresa e respondeu alguns questionamentos dos presentes.
Dentro os assuntos abordados, falou-se do comércio ambulante, de planos de evacuação em situação de emergência, atualização do site oficial e do aplicativo e assuntos relacionados aos projetos de modernização da malha da empresa, como novos trens regionais (também chamados de trens intercidades ou trens de média de distância), reformas de estações e novos trens para a frota de metropolitanos.
O encontro teve duração de aproximadamente 3 horas.
Informações sobre obras
Algumas informações importantes foram apresentadas e estão sumarizadas abaixo:
- A entrega da Estação Ferraz de Vasconcelos está programada para 31/07/2015;
- As obras da estação Suzano estão atrasadas por conta de questões ambientais que precisaram ser sanadas (não foram especificadas quais). Previsão de entrega “realista” — segundo o presidente — é para março de 2016;
- As obras da Estação Francisco Morato estão paralisadas por conta de dois problemas complexos, segundo o presidente: o projeto não previa a passagem de trens de carga no local pois já considerava o Ferroanel como trajeto para estes. O projeto também considerava a construção de 10 piscinões na cidade como forma de combater as enchentes e permitir a construção no formato projetado, mas até agora apenas 1 foi construído. Sem previsão oficial de entrega, estima-se para o final de 2017;
- Observação: escrevemos a respeito da Linha 7-Rubi no passado, clique aqui e saiba mais;
- O presidente teria exigido do Consórcio TMT, responsável pela manutenção da série 2100 (a única série que circula na Linha 10-Turquesa), um plano de ação com cronograma definido, em resposta aos inúmeros problemas apresentados por estes trens. Ele afirma estar acompanhando e cobrando pessoalmente;
- Observação: escrevemos sobre as recorrentes falhas nos trens da série 2100 no passado, clique aqui e saiba mais;
- Os trens regionais estão sendo discutidos em nível governamental, ou seja, junto com outras secretarias e também com a iniciativa privada. Existem duas propostas, uma da CPTM, que visa uma rede regional um pouco mais segregada da rede atual, e uma da iniciativa privada que sugere uma malha predominantemente compartilhada com a atual. Não há definido qual modelo será adotado e também se discute se será PPP (Parceria Público-Privada), concessão ou estatal;
- Observação: escrevemos a respeito no passado, clique aqui e saiba mais;
- Não há previsão para concluir a instalação do novo sistema de sinalização baseado em tecnologia CBTC (communications-based train control) ou controle de trem baseado em comunicações, em tradução livre), com obras contratadas para as linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno), 10-Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra) e 11-Coral (Luz-Guaianazes-Estudantes).
Outros temas abordados
Na reunião também foi discutida a questão do comércio ambulante, sendo que a Companhia fez um apelo em direção às campanhas de conscientização, além de ter se colocado à disposição para receber reclamações sobre a atuação dos vendedores.
— CPTM (@CPTM_oficial) June 19, 2015
Não existe outro plano, de maneira que a CPTM tem adotado uma postura similar à do Metrô, ou seja, tentar conscientizar para reduzir a demanda e desestimular o comércio ambulante.
Também foram feitas sugestões para o aplicativo oficial da Companhia, ligadas, por exemplo, às opções para realização de denúncias e para acompanhamento de obras e alterações na circulação dos trens.
Conclusão
Como uma reunião inicial, os resultados são tímidos, mas louváveis. Houve algum desconforto quando demonstramos que acompanhamos minimamente os contratos e editais, o que significa que estamos no caminho certo.
É preciso expandir os espaços de participação para que a sociedade civil cobre de forma ativa e consciente a melhoria do transporte coletivo, principalmente no caso da CPTM, uma empresa fragmentada, que há muito clama por uma reforma administrativa.
Temos particular interesse na cobrança de editais e contratos para execução serviços, pois a abordagem de questões operacionais cotidianas (algo muito comum nas reuniões com o Metrô, mais abertas e ligadas apenas à diretoria e gerência de operações da empresa), além de esbarrar em critérios com tom mais subjetivo, acaba por limitar o ataque ao que pode ser a raiz do problema, ou seja, se existe um determinado comportamento que prejudica o cotidiano da operação, este pode ser motivado não por mera falta de educação, mas pela deficiente infraestrutura do sistema de transporte, neste caso, é preciso reclamar com outras áreas, exigir sinergia etc.
Esperamos que novas reuniões continuem ocorrendo e pretendemos estar nelas.
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