Por Eduardo Ganança | 20/07/2015 | 2 min.
O condicionamento do traçado da ciclovia à estrutura de uma via expressa, numa situação em que o meio mais lento deve se adaptar ao mais rápido, acaba por criar situações extremamente desfavoráveis aos ciclistas, como a necessidade de percorrer um trajeto muito maior do que o razoável para o deslocamento, por conta da baixíssima conectividade inerente à estrutura, com muito poucas oportunidades de travessia sinalizada.
Por exemplo, no caso da Ciclovia Francisco Mesquita, além da questão de ter um longo trecho em sentido único, há uma questão interessante de falta de linearidade. Entre a Rua Igaratá e o bicicletário da Estação Tamanduateí, o traçado é de aproximadamente 400m, pela Avenida, depois Rua Patriarca e Rua Guamiranga.
Pela Ciclovia, são quase 2km, pela Avenida, Rua Vemag e Rua Guamiranga — considerando também que entre a Rua Igaratá e a Ciclovia não existe travessia segura.
A posição da ciclovia à esquerda contribui para agravar a baixa conectividade, fazendo com que não exista oportunidade de travessia entre a ciclovia e os imóveis lindeiros, nem às ruas transversais que terminam na Avenida. Mais uma vez se vê que é preferível condicionar o ciclista a uma trajetória desfavorável e pouco atrativa a investir em sinalização e proteção nessas entradas, de modo a reduzir a velocidade e tornar segura a conversão, no caso de uma ciclovia à direita.
O equilíbrio entre segurança e conectividade agora só será possível caso, a cada saída, for feita uma travessia cicloviária sinalizada com semáforo a ela dedicado. Isso contando que os semáforos terão manutenção adequada e que os motoristas os respeitarão.
O ponto mais crítico que precisa de uma travessia é o acesso à Rua Patriarca, incluindo ciclovia nesta rua em toda a sua extensão e no trecho da Rua Guamiranga ainda sem ciclovia.
Em janeiro de 2016, o Bike é Legal fez uma avaliação da ciclovia da Av. Dr. Francisco Mesquita:
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