Mudança da Ceagesp pode afetar Linha 7-Rubi da CPTM

Por Caio César | 03/08/2016 | 3 min.

Legenda: Trem da Linha 7-Rubi partindo da Estação Luz
Com uma nova estação prevista na linha, espaço contaria com setor turístico com restaurantes nos moldes daqueles do mezanino do Mercado Municipal de São Paulo, além de uma passarela com vista para os estandes

Atualização (20/07/2019): segundo o jornal Folha de Alphaville, o governo permanece avaliando as propostas e promete um parecer até o final do ano. O texto a seguir foi escrito em 2016 e continua válida uma boa parte dele.


Entre Perus e Caieiras

São informações colhidas em confirmadas em reportagem de hoje, 03/08/2016 da Folha de S.Paulo, jornal que costuma se lembrar da Linha 7-Rubi apenas quando tragédias ou falhas graves acontecem, a Ceagesp em Perus teria um contingente estimado em aproximadamente 30 mil trabalhadores, com 4 milhões de m² de área. A nova estação proposta para a Linha 7-Rubi (Luz-Francisco Morato-Jundiaí) estaria situada entre as atuais Perus e Caieiras, ambas com arquitetura vitoriana e tombadas como patrimônio histórico.


Não é de agora

O assunto da mudança da Ceagesp tem sido discutido há vários meses, sendo o atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, abertamente favorável.

Legenda: Vídeo de 29/06/2015 comentando as intenções da administração municipal, na altura levadas até o Governo Federal por Fernando Haddad

A mudança para a região de Perus, na Zona Norte, é resultado do posicionamento do prefeito e sua administração municipal, que defende a transferência do entreposto, atualmente localizado na Vila Leopoldina, num terreno de propriedade da União, nas proximidades da Estação Ceasa da Linha 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú). Os comerciantes interessados apresentaram uma MIP (Manifestação de Interesse Privado) e constituíram uma empresa chamada Nesp (Novo Entreposto de São Paulo).


Maior integração

Vale salientar que a instalação do entreposto deve representar um novo polo de atração na Linha 7, o que sem dúvida se traduz em encurtar distâncias, além disso, se os empreendedores lograrem êxito na instalação do setor turístico com restaurantes, avançando em seguida para um shopping center, a projeção da Linha 7-Rubi como forma de acesso irá para além de suas cercanias, ou seja, ela receberá, mesmo que esporadicamente, usuários de outras partes da malha de trilhos, o que é extremamente importante para integrar populações de regiões diferentes da capital e da Grande São Paulo.

Para uma discussão mais abrangente sobre a linha, não deixe de ler nosso artigo “Um olhar para a Linha 7-Rubi da CPTM”.


Concluindo

Se avançar, a mudança do entreposto vai se somar a outro empreendimento: um aeroporto em Caieiras, já comentado por nós em “Novo aeroporto em Caieiras: a CPTM está preparada?”. Ora, são dois elementos importantes a favor da Linha 7-Rubi da CPTM, sem dúvida uma das mais estigmatizadas da malha, a diferença é que, no caso do entreposto, a infraestrutura metroferroviária está sendo considerada desde o princípio no projeto, enquanto o mesmo não podemos dizer sobre o aeroporto, visto que sua propriedade está ligada à CCR, que é a concessionária do sistema Anhanguera-Bandeirantes (ou seja, podemos suspeitar que haveria um conflito de interesses em endossar uma ligação sobre trilhos).

Que venham os próximos capítulos!




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