Por Caio César | 02/03/2019 | 3 min.
Índice
Introdução
Uma vantagem de viver e pensar o transporte para além do extremo leste da capital paulista, é enxergar possibilidades que muitas vezes não aparecem nos grandes jornais. Numa visita recente a Itaquaquecetuba, voltei pensando em algumas possibilidades com relação à Linha 12-Safira (Brás-Calmon Viana) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), sem dúvida uma das mais judiadas e que passou por transformações significativas nos últimos anos, principalmente na primeira década de 2000. Como um bônus, aproveito para também propor uma estação extra na Linha 11-Coral (Luz-Guaianazes-Estudantes).
Sugiro o início de uma “Fase II” da dinamização da Linha 12
Apesar de ainda restarem três estações na Linha 12 com a modernização ou reconstrução pendentes, como Engenheiro Manoel Feio (confira o projeto arquitetônico da nova estação) e Itaquaquecetuba (confira o projeto arquitetônico da nova estação), o tecido urbano segue se modificando e impondo novos desafios, ou seja, problemas antigos se mesclam a novos problemas.
A princípio considerei três novas estações, sendo duas em Itaquaquecetuba e uma em Poá. A premissa se baseou em transposições existentes (passarelas e pontilhões sobre os trilhos da CPTM) e na ideia de dinamização da linha, acrescentando estações que talvez há 40 anos ou mais não fizessem sentido:
- Nova estação na Avenida da Emancipação, no local com aquela passarela sobre uma tubulação e uma ponte, permitindo acesso muito fácil ao Centro de Itaquaquecetuba;
- Nova estação na Rua Duque de Caixas, um pouco fora da região do Centro de Itaquaquecetuba, buscando atender bairros como Jardim Santa Helena e Tipóia;
- Nova estação na rua Jair de Godoy, permitindo acesso cômodo ao final do eixo gastronômico e comercial da Avenida Nove de Julho, em Poá.
A noção de dinamização considera que a iniciativa governamental de implantar novas estações, nomeadamente USP Leste, Jardim Helena·Vila Mara e Jardim Romano, foi bem sucedida. Preservar grandes distâncias entre estações apenas para buscar uma diferenciação sem sentido em relação aos trens da CMSP (Companhia do Metropolitano de São Paulo - METRÔ).
Na Linha 11, uma proposta mais modesta
Entre Antônio Gianetti Neto (esta também pendente de modernização, vide projeto) e Suzano, a Linha 11-Coral apresenta uma distância média de 2,33 km entre estações, que seria ligeiramente reduzida com uma nova estação no Parque Max Feffer, com acesso livre entre os dois lados, substituindo a passarela existente. Parte-se da premissa de que a Estação Engenheiro Goulart das linhas 12 e 13 (Engenheiro Goulart-Guarulhos·Aeroporto), que possui uma rampa para acesso ao Parque Ecológico do Tietê, foi bem sucedida na integração entre a cidade e aquela importante área verde, sugerindo assim uma nova estação com acesso ao parque suzanense.
Observação: longe de esgotar o assunto, saliento que existem muitas outras possibilidades considerando o trecho mogiano da linha, tanto que algumas delas já foram discutidas anteriormente no artigo “Oportunismo nas eleições: Doria e a ligação direta entre São Paulo e Mogi das Cruzes”.
Conclusão
Espero que este breve ensaio possa ter despertado a imaginação do leitor ou da leitora, mostrando que precisamos continuar pensando novas possibilidades para linhas existentes, ampliando a oferta de transporte nos subúrbios metropolitanos. Saliento que todas as propostas são para estações em superfície, em faixa de domínio preservada, com menor custo e tempo de implantação em comparação com estações subterrâneas — é justamente aí que recai a grande vantagem de buscar melhorar a CPTM e desenvolver as cercanias no entorno das linhas da estatal.
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