Por Caio César | 07/04/2019 | 5 min.
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Série especial
Em 06/04/2019 a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) realizou uma segunda edição do encontro com veículos de jornalismo especializado, blogues e influenciadores digitais. O COMMU esteve presente e compartilha os detalhes do encontro por meio de uma série especial. Clique aqui para conferir todos os artigos da série já publicados até o momento.
Arco Sul e Linha 14-Ônix são apenas projetos por enquanto
Ao ser questionado por Renato Lobo (portal Via Trolebus), Pedro Moro, atual diretor-presidente da CPTM, afirmou que linhas futuras, como a 14-Ônix (ligação perimetral entre a região do ABC e o município de Guarulhos) e o Arco Sul (linha sem denominação oficial que deverá articular Alphaville, Taboão e Carapicuíba no sentido da Zona Sul da capital paulista) são apenas projetos.
A declaração do membro do alto escalão da CPTM segue em conformidade com a apresentação realizada aos presentes. Moro pretende dirigir a CPTM para que esta atinja a sustentabilidade financeira, conclua o programa de modernização (que resulta em frequentes obras durante os finais de semana) e seja capaz de fornecer um serviço de excelência.
Ainda que Moro pondere que a CPTM, numa comparação com outras operações de transporte sobre trilhos, forneça um serviço de excelência considerando os desafios impostos pela demanda elevada (o último recorde é de 3,2 milhões de passageiros transportados num único dia) e de comportamento pendular (pendularidade é quando a demanda fica excessivamente concentrada num único sentido), além de outras dificuldades.
Obras aos finais de semana e feriados são uma “agonia”
Renato Lobo também questionou Pedro Moro acerca das famigeradas obras que ocorrem durante o vale, quando a demanda de passageiros é menor. Para o executivo, trata-se de uma agonia que será encarada pela CPTM, para tanto, a Companhia está buscando fechar uma espécie de planejamento, na qual mapeia quais são os requisitos para atingir a tão desejada excelência e como as intervenções necessárias devem ser feitas ao longo do tempo.
A questão do tempo parece ter lugar de destaque nos futuros planos da CPTM, pois Moro avalia que houve um aprendizado ligado às modernizações, especialmente em relação à intensificação, que ocorreu por volta do ano de 2008. Na altura, a CPTM iniciou uma série de esforços para utilizar os recursos do governo estadual e de financiamentos, que eram facilitados em relação aos dias atuais. O resultado, avalia Moro, é de que a tentativa de modernizar tantos aspectos da malha de uma vez, pode não ter sido tão acertado.
Em que pese a situação de restrição orçamentária do atual governo, a CPTM deve se planejar para indicais quais são os contratos essenciais que devem ser terminados. Estes contratos, a exemplo do que já ocorre hoje, também resultarão em novos incômodos durante os finais de semana e feriados, quando a definição dos intervalos, revela o diretor-presidente, são fruto de uma difícil negociação entre as áreas de operação e engenharia; a primeira quer priorizar a oferta; a segunda quer priorizar as intervenções, o que exige aumentar os intervalos. Em algumas situações, como durante o período carnavalesco, a área operacional saiu ganhando, conseguindo adiar as intervenções programadas para o subsistema de energia na região da Estação Dom Bosco — eram as intervenções que, depois de realizadas, viabilizaram a operação de um serviço permanente entre as estações Luz e Estudantes, na Linha 11-Coral, que deve começar na próxima terça-feira, 9.
Transparência e avanços na comunicação
Questionamos o atual diretor-presidente da CPTM, estão previstas uma série de ações que deverão melhorar os níveis de transparência e a efetividade da comunicação. Quem acompanha o COMMU sabe que são duas áreas nas quais a estatal nunca brilhou.
Ainda que Moro avalie que, em comparação com a CMSP (Companhia do Metropolitano de São Paulo, oficialmente abreviada como METRÔ), a CPTM recebeu menos menções negativas por parte da imprensa ao longo do mês de fevereiro, melhorar a imagem do Trem Metropolitano e da própria CPTM não será tarefa fácil. Com base no encontro, identificamos o seguinte conjunto de promessas como parte do programa de “gestão para excelência”, encabeçado pela atual diretoria e que completará 90 dias na próxima quarta-feira, 10:
- Mais transparência, lançando um portal de transparência análogo ao da CMSP, além de aumentar a divulgação de vídeos e fotos de obras, também olhando para a CMSP e atualizar o atual aplicativo para dispositivos móveis, que vai passar a notificar sobre falhas ainda em 2019. A Companhia desenvolve estudos junto à Secretaria para unificar os disparos de alertas, para que cubram todo o sistema metroferroviário; tratou-se de demanda do Fernando Galfo do Ferroviando;
- Reformulação do site, para torná-lo mais amigável e mais direto. Segundo o diretor-presidente, o perfil pode ser entendido da seguinte forma: 50% dos visitantes não vão além da página principal, 30% simulam viagens e apenas 10% leem as seção de notícias (justamente aquela que informa sobre obras e alterações na circulação dos trens);
- Melhoria da comunicação sobre obras e alterações na circulação dos trens para que as pessoas se programem de uma maneira mais fácil. Considera que a proposta de utilizar um formato de calendário, baseada na experiência da Transport por London, demandada por nós do COMMU, é interessante e que vai estudá-la;
- Avaliação e intensificação de operações especiais envolvendo a CMSP (como no caso as de apoio entre as linhas 11-Coral e 3-Vermelha), de forma a mitigar impactos na rotina dos passageiros. A estratégia foi enaltecida durante o encontro pelo diretor de operação e manutenção, Luiz Eduardo Argenton.
Cabe salientar que já abordamos detidamente a questão das obras nos horários de vale, pois entendemos que é um tópico de especial interesse da população.
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