Por Lucian De Paula | 21/05/2019 | 3 min.
Depois de organizados 10 workshops onde uma centena de ciclistas se reuniu com técnicos da CET, SMT, colaboradores da Iniciativa Bloomberg (BIGRS) e os membros da Câmara Temática de Bicicleta , encontra-se em fase de sistematização e aprovação a nova versão do Plano Cicloviário de São Paulo, acessório ao Plano Municipal de Mobilidade Urbana — PlanMob/2015 .
A cidade de São Paulo, que teve a expansão da infraestrutura de segurança cicloviária completamente suspensa pelo ex-prefeito João Dória, apesar de protestos , acena intenções de finalmente retomar a instalação de ciclovias e ciclofaixas, e de levar a sério o compromisso da Visão Zero reconhecido pelo Plano de Segurança Viária e o objetivo presente no Plano de Metas da gestão de reduzir de 7,07 para 6 mortes/100 mil habitantes.
Para tanto o Plano Cicloviário passará por audiências públicas, reunindo as subprefeituras em blocos, para valorizar a compreensão da malha cicloviária como política pública para toda a cidade, conectando diferentes regiões da cidade, em consonância com as necessidades de deslocamento da população.
Com um histórico de resistência devido à desnecessária partidarização do tema da segurança viária na mídia, é de suma importância que todos participem das audiências públicas em defesa da expansão da malha cicloviária, que é elemento essencial da infraestrutura de segurança e mobilidade de qualquer cidade.
Os workshops de trabalho contaram com a participação de moradores e trabalhadores de cada subprefeitura, que registraram tanto os desejos gerais para a malha cicloviária da cidade, quando os trechos prioritários para o binário 2019–2020, a serem executados como parte dos 173,35km de ciclovias e ciclofaixas que são objetivos da gestão Covas, apontada no Plano de Metas revisado do mandato. Esta priorização também não foi capricho, mas buscou obedecer aos critérios de:
- Segurança: locais com elevado grau de vítimas do trânsito
- Intermodalidade: proximidade com terminais e estações de ônibus e metrô
- Conectividade: ligação de trechos existentes para dar continuidade à rede
- Viabilidade: facilidade de implantação e minimização do impacto
Nas audiências públicas todos são bem vindos e estão convidados a defender os avanços da mobilidade na cidade. Muito além da obviedade de “ciclista quer ciclovia”, o espaço está aberto para pessoas. Para os trabalhadores que querem uma rota segura para ir e voltar do emprego todos os dias. Para os pais que querem que seus filhos vão à escola de bicicleta mas tem medo do trajeto desprotegido até lá. Para os comerciantes que sabem do benefício que uma ciclovia na porta atraindo clientes traz. Para aqueles que não pedalam mas temem pela segurança de uma pessoa querida que pedala. Para todos que dependem do transporte público e se beneficiarão se os motoristas abrirem mão dos seus carros e adotarem a bicicleta, dando passagem para os ônibus. Para aqueles que querem economizar uma condução e chegar de bicicleta até uma estação de metrô. Para os médicos que fazem o atendimento básico, muito do qual poderia ser evitado com o benefício à saúde que a bicicleta traz. Para as vítimas da poluição atmosférica da cidade, que respirarão um ar mais puro com a população substituindo os automóveis poluentes por bicicletas. Pelos cadeirantes que se refugiam nas ciclofaixas quando as calçadas são cheias de degraus intransponíveis. Até mesmo, por que não, por aqueles que simplesmente querem uma possibilidade adicional de lazer em sua cidade.
Vocês podem consultar o calendário das audiências públicas, ver o mapa preliminar de propostas de ampliação da malha, e deixar comentários. Clique aqui e participe!
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