Por Caio César | 11/07/2020 | 3 min.
Francisco Morato, município localizado a cerca de 40 km de distância do Marco Zero da capital paulista, está prestes a ganhar o que provavelmente virá a ser, junto com o novo Paço Municipal, um símbolo de extrema relevância para a criação e manutenção de uma identidade positiva em torno da cidade. A STM (Secretaria dos Transportes Metropolitanos) anunciou que a inauguração ocorrerá no dia 31 de agosto.
Enquanto a Estação de Franco da Rocha foi inaugurada em 2014, representando outro marco para o norte metropolitano, a população de Francisco Morato viveu um verdadeiro imbróglio e foi forçada a conviver com uma estação provisória que já dura dez anos.
Nas franjas da Região Metropolitana de São Paulo, como é o caso de Franco da Rocha e Francisco Morato, não é exagero dizer que os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) são talvez os maiores representantes da presença do estado e, não só, são talvez o principal aparato tecnológico em um raio de distância muito grande.
Na esteira na renovação do Centro de Franco da Rocha e da construção de dois terminais urbanos, formando um conjunto convenientemente integrado à estação inaugurada anos atrás, não temos dúvidas de que a nova estação proporcionará um acesso mais digno e menos estigmatizador a Francisco Morato, um dos municípios mais vulneráveis da região metropolitana e que deveria fazer parte de um projeto de desenvolvimento socioeconômico ao longo da Linha 7-Rubi (Luz-Francisco Morato-Jundiaí).
As placas de comunicação visual já foram colocadas, as áreas internas já estão com a iluminação em funcionamento e estão sendo realizados os trabalhos de jardinagem. pic.twitter.com/CPBxW3We7B
— Secretaria dos Transportes Metropolitanos de SP (@stmsp_oficial) July 11, 2020
Arriscamos dizer que a Estação Francisco Morato nova minora a pequenez das estações reconstruídas ou modernizadas recentemente, pois:
- Apresenta maior potencial de exploração de receitas acessórias;
- Possui um jardim suspenso, elemento raramente presente nas estações do sistema metroferroviário;
- Tem saguão e bilheteria na mesma cota do passeio, reduzindo a necessidade de subir/descer duas escadas, como acontece em Franco da Rocha;
- Diferentemente do que aconteceu em Poá, reveste parte da antiga estação com brises metálicos, melhor integrando a edificação antiga à linguagem arquitetônica do conjunto recentemente construído.
Fica o desejo de que o governo estadual auxilie o município a solucionar a macrodrenagem de sua principal área comercial, facilmente inundável por fortes chuvas, e que possa, em conjunto com outros prefeitos e prefeitas do Cimbaju, o Consórcio Intermunicipal dos Municípios da Bacia do Rio Juqueri, estabelecer estratégias profícuas de desenvolvimento socioeconômico e urbano, tão ausentes nas últimas décadas.
Não há solução definitiva e inteligente para os problemas da capital paulista sem um olhar metropolitano. É nosso dever, como parte da sociedade civil e da multidão que utiliza os trens do Metrô e da CPTM, exigirmos soluções que equilibrem nossos deslocamentos e proporcionem espaços dignos para o desenvolvimento de nossas vidas.
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