Por Caio César | 21/09/2020 | 3 min.
Como apontado pelo COMMU recentemente, foram necessários R$ 4 milhões para custear as obras da Praça Sacadura Cabral, que praticamente desapareceu após a implantação de um pequeno complexo viário construído nos últimos anos no Centro Histórico e Tradicional de Mogi das Cruzes como parte de uma estratégia de aumento da segregação da circulação do tráfego de automóveis e motocicletas em relação à Linha 11-Coral (Luz-Estudantes) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
De acordo com membro Andre Luis Vieira, morador de Mogi das Cruzes, a Prefeitura de Mogi das Cruzes está deixando a desejar e a Praça Sacadura Cabral ainda sofre os reflexos do rodoviarismo (ou, como preferiria dizer Pedro Geaquinto, do carrismo e da carrocracia). A partir de fotografias (algumas delas se repetirão para facilitar o entendimento) e de uma visita recente ao local, Vieira destaca alguns problemas:
Comprometimento da travessia de pedestres na Praça Oswaldo Cruz
Logo na esquina da Praça Oswaldo Cruz (popularmente conhecida como “praça do relógio”) com a Rua Barão de Jaceguai, como as intervenções envolveram o alargamento do leito carroçável, a travessia de pedestres ficou comprometida, forçando quem caminha a atravessar diagonalmente agora.
Além do desenho viário, é também preocupante observar a má qualidade na execução da rampa para cadeiras de rodas e a temporização desumanizada da fase verde do semáforo para pedestres, que dura poucos segundos (cerca de 10 segundos apenas), impossibilitando a travessia digna de pessoas com mobilidade reduzida. Finalmente, a sinalização horizontal não está atualizada.
Problemas de acabamento
Há diversos problemas de acabamento incompleto, partes quebradas e lastro malfeito, que podem indicar imperícia, material de má qualidade, más práticas na cura do concreto, ente outros problemas. Em que pese o cronograma eleitoral, é crucial que a Prefeitura de Mogi das Cruzes busque a entrega das obras com o melhor nível de qualidade possível.
Posicionamento inadequado de bancas de jornal
A presença de bancas de jornal nos pontos mais estreitos e que consideramos serem os de maior fluxo — uma contagem volumétrica seria necessária para melhor qualificar o fluxo, no entanto, isso não invalida imediatamente nossas observações —, comprometendo a passagem. Seria fundamental que a Prefeitura de Mogi das Cruzes reavaliasse o posicionamento de equipamentos como bancas de jornais. Consideramos que as bancas podem ser importantes para ancorar a permanência de pessoas e também para atraí-las, além disso, as bancas são um elemento dinamizador, uma vez que fornecem “olhos” para áreas de circulação de pedestres, conferindo uma maior sensação de segurança.
Problemas no dimensionamento do mobiliário
Infelizmente a priorização do transporte individual motorizado, especialmente do automóvel, continua a ser sentida na nova praça. Não bastasse o caráter invasivo do túnel, nas proximidades da Estação Mogi das Cruzes da CPTM, observamos a presença de áreas com bancos e calçadas fora de dimensão, tão estreitos a ponto de se assemelharem a um meio-fio.
Ausência de melhor sinalização e maior delimitação da área para tráfego compartilhado com veículos
Gostaríamos de uma melhor sinalização horizontal, visando a proteção dos pedestres e a delimitação da área para carros. Uma boa sinalização horizontal contribui para segregar de forma suave os tipos de circulação. Finalmente, o pequeno estacionamento feito na frente da estação não nos agradou.
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