Aumento da coletivização da produção de conteúdo

Por Caio César | 26/02/2022 | 4 min.

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Desde a implantação deste site, buscamos facilitar a busca de conteúdos de diferentes autorias, no entanto, como demonstrado nos balanços de 2020 e 2021, a produção textual ainda segue muito concentrada. Além da concentração na produção de textos, a gestão de nossas mídias sociais também estava muito concentrada.

Considerando o exposto, o problema foi mais uma vez levado para o nosso grupo de discussões e, desde o dia 18 de fevereiro, Lucian De Paula e Diego Vieira ganharam acesso de edição na página do COMMU no Facebook. Richard Melo também se voluntariou em 23 de fevereiro e foi convidado para se tornar editor em 26 de fevereiro.

Com relação à produção textual, desde a migração para o novo site, ainda que a autonomia tenha crescido em decorrência da utilização do Hugo, o fluxo de trabalho se tornou mais complexo, exigindo a utilização da linguagem Markdown e a execução de código Python para produção de galerias de fotografias. Além disso, para um fluxo coletivizado de trabalho, a utilização do GitHub e do sistema de versionamento Git se torna obrigatória, elevando a barreira de entrada.

Estamos buscando maneiras de elevar a autonomia na produção de conteúdo, mas os grandes desafios não dizem respeito ao fluxo de trabalho que precisa ser seguido para publicar um artigo no site, mas sim à própria produção e disseminação de conteúdo. Em outras palavras, é trivial realizar a conversão de conteúdo produzido utilizando os principais processadores de texto do mercado, por outro lado, possuir conteúdo publicável e capacidade de alcance é extremamente mais difícil.

Do ponto de vista do conteúdo, sua produção depende das peculiaridades da vida de cada uma das pessoas interessadas. O maior entrave parece ser a disponibilidade de tempo para realizar um trabalho de forma voluntária, num esforço que não tem perspectiva de transformação concreta da realidade, embora seja praticamente consenso dentro do COMMU que a produção de conteúdo sobre mobilidade e outras questões metropolitanas de nosso interesse são importantes, considerando as experiências que acumulamos junto a mandatos, organizações sociais e sociedade civil em geral.

Do ponto de vista da disseminação de conteúdo, nossa dependência do Facebook tem se mostrado bastante problemática. Não só fomos afetados por diferentes alterações nos algoritmos e mudanças no perfil da rede, que tem enfrentado concorrência acirrada, mas basicamente nos tornamos reféns do modelo de negócio da Meta (novo nome da empresa de Mark Zuckerberg). Não temos mais disposição de pagar para que o Facebook entregue nosso conteúdo e, consequentemente, nosso alcance é reduzido.

Alguns dos principais concorrentes do Facebook hoje, como o Instagram (também de propriedade da Meta) e o TikTok, simplesmente possuem formatos que não são compatíveis com o grosso do conteúdo que produzimos. Os principais problemas são: foco excessivo na distribuição de conteúdo descartável baseado em imagens ou vídeo, com limitações para veiculação de ligações para sites externos; aumento do volume de trabalho necessário para produzir vídeos, imagens ou carrosséis de imagens.

Apesar do formato ruim do Instagram, habilitamos nossa conta no final de 2021 e temos testado diferentes abordagens, ainda com resultados tímidos. Se possível, siga o COMMU no Instagram.

Ainda sobre a concorrência, sofremos um banimento inexplicado por parte do Twitter anos atrás, do qual não conseguimos recorrer (só nos foi oferecida uma oportunidade de defesa). Qualquer tentativa de evasão de banimento é coibida pelo Twitter com a ameaça de banimento não só de futuras contas do COMMU, mas também de contas pessoais de qualquer pessoa envolvida. A despeito do banimento, nossas experiências com o Twitter também não foram boas: apesar do crescimento orgânico, a vida útil das publicações é extremamente baixa, ou seja, a janela de oportunidade é muito pequena no Twitter.

Realizamos publicações esporádicas no Reddit, com impacto insatisfatório e suspeita de que a base é formada sobretudo por pessoas de classe média, sem interesse nos temas que abordamos. Seguiremos publicando esporadicamente no Reddit.

Já o YouTube é uma rede com barreira de entrada brutal, centrada em conteúdo audiovisual, e que exige elevado investimento de tempo e dinheiro para se tornar um canal razoável de produção de conteúdo. Nossa utilização do YouTube seguirá esporádica até que as condições materiais e salariais fora do Coletivo evoluam, além disso, também temos poucos seguidores por lá, se puder, fortaleça o COMMU seguindo nosso canal no YouTube.

Desconhecemos outras opções viáveis para discussões de cunho progressista sobre mobilidade, cidades e outros temas metropolitanos, o que nos torna órfãos. Desconhecemos plataformas melhores do que Facebook, Instagram e YouTube.

Estamos abertos a sugestões, entre em contato por nossas mídias sociais ou pelo formulário no site. O COMMU possui quase trezentos artigos publicados e gostaríamos que mais pessoas conhecessem nosso trabalho e, eventualmente, até se juntassem a nós, produzindo conteúdo, contribuindo para financiar campanhas de alcance em redes sociais, pagando pela hospedagem do site etc.




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