Por Lucian De Paula | 28/03/2024 | 2 min.
É preciso uma discussão franca sobre infraestrutura necessária, capacidade de carregamento, o fetiche por autonomia incompatível com os deslocamentos urbanos cotidianos, e que carros elétricos ainda são carros, ocupam muita terra urbana e carregam em média apenas 1,3 pessoas por viagem.
O preço médio de modelos de carro 100% a bateria foi de R$ 466.842. O valor está acima de veículos híbridos (R$ 421.714) e a combustão (R$ 270.926), segundo a Istoé.
Financiar um carro elétrico, que custa o valor de uma moradia bem localizada, significa dar 1/3 de entrada, R$ 160.000,00, e pagar parcelas mensais de R$ 15 mil por 3 anos.
Já o preço médio de uma bicicleta elétrica nova é de R$ 6.800, segundo a Aliança Bike. Pelo financiamento de um carro, não é preciso nem fazer manutenção, nem carregar a bicicleta elétrica. Uma nova pode ser entregue a cada quinzena e ainda será mais barata do que o carro.
Muito se fala sobre autonomia (que aumenta o custo, o peso e o tempo de carregamento dos veículos elétricos), mas o munícipe médio não faz viagens intermetropolitanas diariamente. As viagens de carro em São Paulo são 16% de menos de 1 km, 50% de menos de 3,5 km e 70% de menos de 7 km. Distâncias facilmente atravessadas com bicicletas elétricas.
Mas o carro elétrico tem lobby. É importante questionarmos se compensa mais o poder público gastar R$ 1 milhão reformando 3 km vias instalando ciclofaixas de qualidade e moderando o tráfego, reduzindo mortes e devolvendo a cidade às pessoas, ou se deve gastar esse mesmo R$ 1 milhão instalando um único ponto de recarga de alta capacidade, como mencionado no vídeo.
Se você ainda não acompanha o COMMU, curta agora mesmo nossa página no Facebook e siga nossa conta no Instagram. Veja também como ajudar o Coletivo voluntariamente.
comments powered by Disqus