Veículos elétricos: bicicletas são mais acessíveis e convenientes. Entenda

Por Lucian De Paula | 28/03/2024 | 2 min.

Legenda: BYD Dolphin em São Bernardo do Campo, nas proximidades do Parque Raphael Lazzuri. Modelo é um dos carros elétricos importados comercializados no país
A operação cotidiana e o carregamento não são tão fáceis assim quanto a ilusão vendida. Vale a pena o valor de um apartamento gasto num automóvel?

Legenda: Vídeo “Verdades inconvenientes sobre carros elétricos”, publicado no canal de Atila Iamarino no YouTube, que estimulou a escrita deste artigo

É preciso uma discussão franca sobre infraestrutura necessária, capacidade de carregamento, o fetiche por autonomia incompatível com os deslocamentos urbanos cotidianos, e que carros elétricos ainda são carros, ocupam muita terra urbana e carregam em média apenas 1,3 pessoas por viagem.

O preço médio de modelos de carro 100% a bateria foi de R$ 466.842. O valor está acima de veículos híbridos (R$ 421.714) e a combustão (R$ 270.926), segundo a Istoé.

Financiar um carro elétrico, que custa o valor de uma moradia bem localizada, significa dar 1/3 de entrada, R$ 160.000,00, e pagar parcelas mensais de R$ 15 mil por 3 anos.

Já o preço médio de uma bicicleta elétrica nova é de R$ 6.800, segundo a Aliança Bike. Pelo financiamento de um carro, não é preciso nem fazer manutenção, nem carregar a bicicleta elétrica. Uma nova pode ser entregue a cada quinzena e ainda será mais barata do que o carro.

Muito se fala sobre autonomia (que aumenta o custo, o peso e o tempo de carregamento dos veículos elétricos), mas o munícipe médio não faz viagens intermetropolitanas diariamente. As viagens de carro em São Paulo são 16% de menos de 1 km, 50% de menos de 3,5 km e 70% de menos de 7 km. Distâncias facilmente atravessadas com bicicletas elétricas.

Mas o carro elétrico tem lobby. É importante questionarmos se compensa mais o poder público gastar R$ 1 milhão reformando 3 km vias instalando ciclofaixas de qualidade e moderando o tráfego, reduzindo mortes e devolvendo a cidade às pessoas, ou se deve gastar esse mesmo R$ 1 milhão instalando um único ponto de recarga de alta capacidade, como mencionado no vídeo.




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