Pega-trouxa: mesmo após concessão, expansão da Linha 13 será tímida

A projeção de demanda é tão limitada perto do resto da malha, que mesmo após a expansão, teremos um quadro de 15 minutos de intervalo médio no trecho compreendido pelas estações Bonsucesso e Gabriela Mistral. Para efeito de comparação, nos trechos de maior carregamento, as linhas 11-Coral (Luz-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana) possuem intervalos médios nos picos de 4 e 5 minutos, respectivamente (ver fontes aqui e aqui).

Cabe salientar que na Estação Gabriela Mistral haverá integração com a Linha 2-Verde (atualmente Vila Prudente-Vila Madalena, com obras de expansão em direção à Estação Penha no tramo sudeste). Trata-se de uma estação que, basicamente, deverá ser crucial para atrair demanda para acesso a porções com maior capital cristalizado no território, como a Avenida Paulista, atendida pela Linha 2 desde a década de 1990.

Já as expansões restantes, classificadas como “investimento contingente”, nem deveriam ser consideradas pela população como tendo horizonte crível de implantação. Estão penduradas, atiradas ao limbo e ameaçadas pelo desmonte crescente, que enfraquece, inclusive, a capacidade de planejamento do governo paulista. Ficarei surpreso se a iniciativa privada, que deverá sequestrar a Linha 13 e outras duas linhas, operá-la sem destruir as outras duas para compensar seus prejuízos, ou sem se enrolar no meio e querer devolver, pelo menos, a Linha 13-Jade.

Sugiro que as pessoas interessadas na expansão projetem cenários com atrasos que impacto nos prazos, majorando em 25, 50 e 100%. Isso também contribui para oferecer uma dimensão do funcionamento do ralo de dinheiro que é a Linha 13.

Fico especialmente incomodado pelas interferências provocadas nas linhas 11-Coral e 12-Safira e a nossa postura de segregação nada sutil. Reparem que a postura do governo tem sido não considerar a Linha 12 como um elemento relevante para ser melhorado, sem forçar o compartilhamento de trilhos, pelo contrário, a julgar pela trajetória até aqui, o governo continuará interferindo para garantir que o usuário do aeroporto internacional terá o menor contato possível com a população dos subúrbios, tudo sob olhares de conivência ou aceitação por parte substancial das populações do estado.

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