Artigos publicados

Discutindo privatizações: o fracasso do Reino Unido e o sucesso do Japão

Recentemente o Financial Times decidiu abordar a polêmica questão dos serviços ferroviários privatizados do Reino Unido. Polêmica, pois a opinião pública (e também de certos veículos da imprensa, vide vídeo a seguir) tem crescentemente favorecido a renacionalização. Aparentemente a perspectiva ideológica de promover a competição, o que supostamente elevaria a qualidade e reduziria os preços, acabou provocando justamente o efeito inverso. Legenda: Reportagem do Channel 4 News intitulada “Por que os trens da Grã-Bretanha são tão ruins — a nacionalização poderia resolvê-los?

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Opção pelo financiamento coletivo reforça compromissos importantes

Recentemente expliquei que a maior parte do trabalho do COMMU é feito por uma única pessoa e, assim sendo, nada mais justo do que tentar recompensá-la, porém, algumas coisas não foram ditas e gostaria de esclarecer outros aspectos sobre a campanha de financiamento que está no ar. Uma coisa importante é que desde o princípio nós apostamos na plataforma Medium, que chegou a ter curadoria em português do Brasil e inclusive a destacar artigos nossos na época.

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Sobre assentos preferenciais, individualismo e falta de empatia

Transformar todos os assentos dos ônibus da SPTrans em preferenciais, eis o projeto de lei do vereador Ricardo Teixeira (PROS) que foi apresentado perante o Legislativo paulistano. O que chamou a atenção, no entanto, não foi a proposta. Os comentários negativos não foram poucos, alguns em tom de chacota ou depreciando a velhice alheia. Mesmo se nos restringirmos ao tipo de manifestação que foi feita na nossa fanpage, teve de tudo: compartilhamento com sarcasmo, usando a frase “pau no c* de quem trabalha”; gente dizendo que é melhor ter ônibus separado para os idosos, “eles que esperem o deles”; além do ceticismo impessoal: “se todos os assentos forem preferenciais, então mais nenhum é”, “todos vão fingir que estão dormindo”, “era pra ser assim sempre, mas não dá certo, vai sair briga”.

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CPTM testa viagens diretas entre Luz e Estudantes: conferimos e aprovamos!

Ontem, 25, fizemos uma visita na Linha 11-Coral para conferir de perto a operação direta entre as estações Luz e Estudantes, sem necessidade de transferência na Estação Guaianazes. Apesar de alardeado pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) nas redes sociais e também nas estações, o teste parece ter surpreendido passageiros, a julgar pelos comentários e olhares de alívio que pudemos perceber durante a viagem. #Informação Nos dias 25 e 26/01, das 4h às 21h, os trens circularão no trecho entre Luz e Estudantes, sem necessidade de transferência na Estação Guaianases 🚅 pic.

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Estadão defende reajuste e opta por escamotear discussão envolvendo fontes de financiamento

Prólogo Em um editorial pouco surpreendente, o jornal O Estado de S. Paulo defendeu a postura do prefeito Bruno Covas, argumentando que o aumento da tarifa é uma decisão que “corresponde aos interesses dos paulistanos” e que houve “sensatez e realismo”. Para nossa infelicidade, o editorial não passa de uma sucessão de erros que reproduzem uma opinião rasa e pouco comprometida com o bem-estar dos passageiros e passageiras do transporte público.

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Está no ar a campanha de financiamento coletivo do COMMU

A partir do último sábado, 05/01/2019, passou a ser possível apoiar as iniciativas do COMMU via crowd funding (financiamento coletivo). Estou ansioso para tentar chegar mais longe e continuar na ativa. Com o agravamento da crise econômica e as experiências adquiridas desde 2014, ficou evidente que o COMMU depende principalmente de uma única pessoa (ou seja, eu, Caio César) para quase tudo. E o quase tudo, quando colocado na pontinha do lápis consome tempo, saúde e dinheiro.

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Não há uma resposta simples para a mobilidade na Zona Leste de São Paulo

No último domingo, 06/01/2019, um leitor fez uma intrigante pergunta numa publicação do COMMU no Facebook: Será que algum dia o problema de mobilidade da ZL será resolvido? Outras áreas da cidade precisam de transporte rápido sobre trilhos e não dão a mesma atenção! Como mencionado em uma reportagem do Portal G1, a Zona Leste da capital “reúne quase 4 milhões de habitantes, mais do que países como o Uruguai, com 3,5 milhões”.

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Reajustes tarifários recém-anunciados não estimulam discussões sobre fontes de financiamento

Introdução Sem delongas, gostaria de recuperar argumentos que foram publicados no passado e podem nos ajudar em mais um momento de contagem moedas e aperto no orçamento. Sei que a população já está reclamando dos reajustes, contudo, o papel do COMMU é formar consciência crítica. Sem consciência crítica o nível do debate não sobe e as reclamações perdem força muito rapidamente. O primeiro artigo que quero recuperar foi publicado pela sucursal brasileira do think tank WRI, intitulado “Além das tarifas: fontes alternativas para financiar um transporte coletivo de qualidade”, o artigo sumariza pontos de um evento que contou com a presença de dezenas de pessoas do setor de mobilidade urbana.

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Privatização da CPTM e do Metrô não é mais uma questão de “se”, mas sim de “quando”

O sinal já foi dado Com a posse de João Doria (PSDB), o governo paulista fruto das últimas eleições começa a mostrar a que veio: a assinatura de um projeto de lei para extinguir, fundir ou incorporar a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), a Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp), Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS), Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), Imprensa Oficial do Estado São Paulo (Imesp) e a Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), demonstra que não existe nenhum bom motivo para que ignorarmos os riscos impostos pelos ideais desestatizantes que ficaram claros durante o período eleitoral.

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Comércio ambulante merece “tolerância zero”?

A ideia de uma política do tipo “tolerância zero” aparece comumente quando a questão do comércio ambulante é abordada. Obviamente, existem nuances e nem todos que são contrários acreditam, necessariamente, que o combate ao comércio ambulante deve ser pautado a partir de uma perspectiva punitivista. Recentemente veio ao meu conhecimento a agressão de um agente de segurança (BAZANI; MARQUES, 2018) da Companhia do Metropolitano de São Paulo (oficialmente abreviada como METRÔ, abreviada aqui por mim como CMSP).

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Problemas de drenagem na Estação Ipiranga

O verão praticamente já começou e as chuvas características também. Infelizmente a Estação Ipiranga, com sua estrutura de quase 60 anos, não é uma das mais confortáveis para ser acessada quando está chovendo. As plataformas não são totalmente cobertas e poças de água se formam com grande facilidade. Para quem não usa algum tipo de bota, é preciso ter cuidado para não molhar os pés, para não falar do risco de acidentes por escorregamento.

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Dividir a 574J-10 em duas linhas? É pra ontem, SPTrans!

Introdução A proposta deste artigo é discutir um pouco sobre a Linha 574J-10 (Terminal Vila Carrão-Metrô Conceição), operada pela empresa Via Sul Transportes Urbanos Ltda., apontando que a ideia de seccioná-la parece ser razoável. Trata-se de uma linha de ônibus que existe pelo menos desde a década de 1980, tendo sobrevivido a uma série de mudanças institucionais e também do próprio tecido urbano. A Via Sul e o Grupo Ruas não possuem sites na Internet.

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O turismo na Grande São Paulo merece um olhar mais atento

Introdução Em 27/09/2018, a Agência Mural publicou uma reportagem a respeito da busca por recursos adicionais, oriundos do título de MIP (Município de Interesse Turístico). Os municípios dotados do título recebem, a cada ano, R$ 550 mil do Governo do Estado de São Paulo para que invistam no setor turístico. O tema é interessantíssimo, pois a RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) abriga cerca de 20 milhões de habitantes e, considerando o uso do transporte coletivo, há um grande potencial turístico.

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Linha 5-Lilás: expansão reforça velhos clichês

Com a inauguração das estações Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin, a Linha 5-Lilás (que finalmente passou a ser Capão Redondo-Chácara Klabin) tem no momento apenas uma estação pendente de inauguração: Campo Belo, na qual deverá ser possível a transferência para a também inacabada Linha 17-Ouro (o trecho Morumbi-Congonhas/Morumbi-Jd. Aeroporto está em construção; a linha operará em Y). As páginas da imprensa hegemônica e também de veículos especializados em mobilidade foram tingidas de lilás com fotografias e dados sobre a linha e suas novas estações e, com as páginas repletas de reportagens, vieram também discursos, digamos… bastante discutíveis.

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Setembro é marcado por denúncias contra vigilantes da CPTM

Na última terça-feira, 18, fomos surpreendidos pelo seguinte relato, que nos foi enviado por meio de uma mensagem à nossa página no Facebook: MASSACRE NA LINHA 10 TURQUESA DA CPTM Hoje, por volta das 7:30h, um grupo de seguranças da CPTM que atuam na Estação Prefeito Celso Daniel — Santo André, agrediram brutalmente um rapaz que aparentava 16 anos e trajava camiseta e crachá de uma famosa loja de departamentos.

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4 eixos de atuação que definem os desafios para a mobilidade no Estado de São Paulo

Prólogo Delineamos e comentamos quatro eixos de atuação que consideramos essenciais para a melhoria da qualidade de vida da população quando o assunto é mobilidade. Não será nada fácil. São muitos os desafios que o próximo governador ou a próxima governadora deverá enfrentar. 1. Adotar uma perspectiva integrada O primeiro eixo é basicamente o pilar de sustentação de todos os outros e define o tipo de visão que gostaríamos que fizesse parte da próxima administração estadual, sendo assim, e importante destacar a necessidade de uma perspectiva integrada para abordagem de toda a temática da mobilidade no Estado de São Paulo.

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Mais promessas impossíveis: 350 km de metrô e puxadinho para Campinas

Prólogo Duas falas, em especial, ganharam espaço recentemente: (i) expansão da malha de metrô em 350 km, prometida por João Doria (PSDB) e; (ii) implantação mais rápida de trens regionais entre Campinas e São Paulo, prometida por Márcio França (PSB). Claro que tais promessas não poderiam passar em branco diante de um coletivo que, desde 2014, tem tratado da malha de trilhos buscando profundidade e transparência. Embarque conosco em mais uma leitura!

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Populismo eleitoral: Márcio França tenta prometer táxis pagos pela CPTM em caso de falhas

“Nós vamos estabelecer o seguinte, se o trem parou, você vai no guichê do trem da CPTM e vai pegar o valor para você ir de táxi. Azar da CPTM, porque a pessoa contratou o serviço”, disse o candidato, conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo. A mesma reportagem conta com falas de parlamentares que parecem ter maior razoabilidade, pois focam em causas-raízes ao invés de enxugamento de gelo aos trancos e barrancos e, pra variar, a palavra-chave é manutenção.

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Oportunismo eleitoreiro: ligação direta entre São Paulo e Mogi das Cruzes

Contexto eleitoral Chegou a hora de acompanharmos as pérolas e promessas — a diferença entre elas parece cada vez mais tênue — dos candidatos ao cargo de governador do Estado de São Paulo. Temos aqui a primeira delas. Deu no Diário de Suzano: “Doria promete trem direto até a Luz e alça na Estrada dos Fernandes”, com o atual candidato a governador que abandonou o mandato que exercia como prefeito na capital paulista afirmando genericamente que “a baldeação demanda mais tempo e por isso as pessoas demoram mais para chegar ao seu destino e na volta para casa”.

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Yellow em São Paulo

Dia 31 de julho de 2018, não estava muito empolgado. Sabia que pela regulamentação da Prefeitura de São Paulo, os novos sistemas de compartilhamento de bicicletas estavam para chegar. Foi anunciado que as novas licenças das OTTCs (Operadoras de Tecnologia e Transporte Credenciadas) dockless passariam a valer em agosto, aparentemente. 1° de agosto, ainda não muito empolgado. Parece que seriam 3 empresas que iriam lançar seus serviços. As bicicletas sem estação podem ser estacionadas em qualquer lugar da cidade.

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