Crítica à imprensa

Turismo ferroviário não pode ser sinônimo de saudosismo

Introdução O Diário de Mogi, jornal que costuma ter suas reportagens compartilhadas frequentemente em nossa página no Facebook, publicou em 20/08/2019 um editorial intitulado “Na contramão” e, como não poderia deixar de ser, quem está na contramão, mais uma vez, é o jornal. Verdade seja dita, nem tudo o que foi dito pel’O Diário é errado, o problema é orientar as críticas a partir de uma determinada noção, como veremos a seguir.

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Flagra de trem da CPTM em Santos dá margem a especulações irresponsáveis

O COMMU tem, a despeito das dificuldades, alertado veementemente sobre promessas de trens de passageiros eleitoreiros, porém, não raramente notícias sobre os mesmos trens veiculadas em nossa página no Facebook são mais acessadas do que as análises críticas que publicamos. Entre março e junho publicamos três grandes artigos sobre o tema: Trem intercidades ignorar Mogi das Cruzes é apenas a ponta do iceberg Linha 7-Rubi e o trem intercidades: uma proposta de conciliação Concessão da Linha 7-Rubi: sobram dúvidas e incertezas Atualização (20/06/2019, 21h44): publicamos um vídeo sobre o tema no Facebook e no YouTube, que complementa este e os outros artigos:

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Trem intercidades ignorar Mogi das Cruzes é apenas a ponta do iceberg

Contextualização No final de maio, O Diário de Mogi, transparecendo a miopia que tipicamente assola as reportagens do tabloide mogiano sobre o transporte metroferroviário, bradou sobre o nebuloso trem intercidades entre as regiões metropolitana de São Paulo e do Vale do Paraíba e Litoral Norte: Só não definiu se os trens de passageiros virão por Mogi, dividindo espaço com os subúrbios, ou se utilizarão o ramal do Parateí, o que alijaria a cidade dessa melhoria.

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Editorial desinforma e distorce operação da CPTM em Mogi

Introdução O Diário de Mogi é um jornal de alcance regional que já tinha se tornado uma espécie de anedota na primeira metade da década de 2000, quando suas reportagens sobre a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) apareciam em grupos de discussão sobre ferrovias no Orkut e no Facebook, muitas vezes sendo motivo de chacota. Com a mudança no regime de operação da Linha 11-Coral (Luz-Guaianazes-Estudantes), o tabloide mogiano reitera seus esforços para seguir produzindo um jornalismo de questionável qualidade, uma vez que coloca a opinião na frente da apuração factual.

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Estadão defende reajuste e opta por escamotear discussão envolvendo fontes de financiamento

Prólogo Em um editorial pouco surpreendente, o jornal O Estado de S. Paulo defendeu a postura do prefeito Bruno Covas, argumentando que o aumento da tarifa é uma decisão que “corresponde aos interesses dos paulistanos” e que houve “sensatez e realismo”. Para nossa infelicidade, o editorial não passa de uma sucessão de erros que reproduzem uma opinião rasa e pouco comprometida com o bem-estar dos passageiros e passageiras do transporte público.

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Nossa imprensa ainda descarrila quando aborda a (má) qualidade da CPTM

Parte 1: qualidade, prazo e investimento Recentemente o Estadão publicou um inusitado editorial sobre a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, no qual acertadamente chamou atenção para sua importância e um processo modernizador que se arrasta desde o início da década de 1990. O problema começa quando o editorial sobre a CPTM esbarra no famigerado hábito que a imprensa e algumas pessoas têm de falar em qualidade sem definir o que exatamente entendem por qualidade.

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The Guardian reproduz senso comum em reportagem sobre São Paulo

Introdução Em 29 de novembro de 2017 o periódico britânico The Guardian publicou reportagem intitulada "The four hour commute: the punishing grind of life on São Paulo’s periphery", algo como “A viagem de quatro horas: o castigo da vida na periferia de São Paulo” em uma tradução livre. O texto é fruto de uma semana dedicada à cobertura de diversos aspectos da vida em São Paulo, no entanto, o olhar do jornal acabou resultando em algumas posturas que não parecem contribuir positivamente para a análise do problema, a começar pelo título, que além de ambíguo e caçador de cliques, acaba contribuindo para dobrar o problema de tamanho: permite a interpretação de que são quatro horas de viagem na ida e mais quatro horas de viagem na volta.

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O pior do rodoviarismo é a narrativa

O Diário do Grande ABC publicou hoje, 09/01/2017, uma reportagem intitulada “Avenida dos Estados e seus velhos problemas”, da qual os dois fragmentos abaixo foram extraídos: Principal ligação entre o Grande ABC e a Capital, passando por três cidades da região — Santo André, São Caetano e Mauá — a via segue com deficiências estruturais, entre elas remendos malfeitos no asfalto, falta de sinalização viária adequada, vegetação alta em diversos trechos, erosão às margens do Rio Tamanduateí, além dos já tradicionais congestionamentos.

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Arrastão na Linha 11: cadê o debate sobre políticas públicas?

A imprensa, sempre a imprensa Agora a crítica não vai para o Estadão, mas para a Globo, que por meio de seu portal G1 e da afiliada TV Diário, decidiu cobrir algo que, até então, só havia sido comentado no Twitter: @tamara_its arrastão? — Linha 11 Coral (@Linha11Coral) April 23, 2016 @tamara_its nossa, que horas aconteceu isso? — Linha 11 Coral (@Linha11Coral) April 23, 2016 E qual o problema da cobertura feita pela emissora e seu portal de notícias?

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Eles não desistem!

E saiu mais um editorial pra lá de questionável do Estadão, que faz uso de argumentos baseados numa necessidade de rigorosos estudos de demanda e impacto de vizinhança para justificar a expansão cicloviária (dando a entender que absolutamente nada existe, o que não é bem verdade). Novamente, não ficaremos calados! A verdade é uma só: o Estadão é, historicamente, conivente e negligente na cobertura das questões do transporte coletivo em toda a metrópole, de Francisco Morato a Mogi das Cruzes, de Itapevi a Rio Grande da Serra, passando pelas regiões mais nobres ou mais estigmatizadas da capital paulista, o periódico sempre mediu esforços, tendo uma equipe minúscula (principalmente nos dias atuais) e, não seria exagero dizer, nada incentivada a pautar com seriedade e abrangência o transporte metroferroviário e o incentivo irresponsável ao automóvel (que não é restrito ao IPI, como alguns tentam mostrar, criticando seletivamente parte do Estado Brasileiro).

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Metrô: uma década dos mesmos argumentos para justificar a lotação e atrasos

Introdução Os textos da Folha que serão criticados a seguir foram publicados em 30/05/2015, sendo assinados pelo mesmo autor. Observa-se neles a insistência numa visão provinciana dos serviços do Metrô, como se São Paulo fosse uma espécie de ilha, não possuindo qualquer configuração metropolitana e, para piorar, também houve um baixo teor crítico em vista dos desafios que a população enfrenta, tornando tudo incrivelmente conveniente ao governo estadual, inclusive pelo esquecimento da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) — parece ser uma especialidade da Folha — , que há anos se encontra integrada à malha do Metrô e passa por um processo controverso de conversão para um serviço de metrô, ainda que de caráter mais suburbano em vista do tamanho de suas linhas, por fim, houve a utilização desonesta de uma pesquisa.

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Querem te fazer acreditar que o trânsito de São Paulo nunca vai melhorar

Hoje o programa global SPTV 1ª edição exibiu uma matéria sobre a queda na lentidão do trânsito anunciada pela CET. Segundo os dados da Companhia, no último ano houve 10% menos lentidão ao longo do dia. A explicação dada é que a criação de faixas de ônibus e ciclovias ajudou a desestimular o uso do automóvel e, com isso, diminuíram os congestionamentos. No caso dos ônibus, a melhora é bastante clara — chega a incríveis 317,3% no trecho da ponte do Jaguaré, por exemplo.

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Um olhar para a região do Itaim Bibi no âmbito do transporte público

O jornal Estadão tem exibido uma série sobre os bairros da capital paulista, recentemente chegou a hora do famoso Itaim Bibi ser abordado. Legenda: Rua das Olimpíadas Imediatamente fizemos algumas observações no Facebook ao ler uma matéria voltada ao Itaim Bibi. Para facilitar a vida do leitor, transcrevemos abaixo as observações feitas na forma de comentário na rede social: Sentimos falta de uma exploração melhor em relação à CPTM. Na matéria destacada, por exemplo, apenas o Metrô é lembrado como “fortalecedor”, com uma menção vaga aos ônibus, mas não é bem assim… vale dizer que, enquanto a região era requalificada, os trens da Fepasa, da então Linha Sul (atual Linha 9-Esmeralda) nem paravam na região, cerca de 20 anos foram necessários até que os investimentos fossem retomados (as estações citadas, Cidade Jardim e Vila Olímpia, são do comecinho do novo milênio), num programa chamado pela CPTM de Dinamização da Linha Sul.

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180 serviços ao longo das marginais e nenhum tornou relevante a menção da Linha 9 da CPTM

Introdução Recentemente a revista sãopaulo (um complemento do jornal Folha de S.Paulo) abordou os serviços disponíveis ao longo das marginais Pinheiros e Tietê, destacando alguns números a respeito dos 180 serviços que encontraram (talvez nem todos impressionantes, mas não vem ao caso). Surpreendentemente, em nenhum momento a Linha 9–Esmeralda da CPTM foi citada na matéria. Legenda: Diagrama contendo as estações da Linha 9 Como podemos ver no diagrama acima, a Linha 9 conta com 18 estações e, segundo dados oficiais, transportou mais de 550 mil passageiros por dia em 2012.

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