Trens Metropolitanos

Concessão de mais duas linhas da CPTM levanta preocupações

A futura Linha 14-Ônix da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) terá impressionantes 32 km (10 km a mais do que a Linha 3-Vermelha, que parte das estações Palmeiras·Barra Funda e Corinthians·Itaquera) e tem motivado preocupações quanto a seu desempenho e capacidade: a adoção de bitola internacional e a opção por trens mais leves, cujos detalhes nunca foram verdadeiramente revelados ao público, se traduzem em perda de capacidade potencial e impossibilidade de interoperabilidade com a Linha 10-Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra, futuramente Bom Retiro-Rio Grande da Serra), que também será concedida em conjunto com a 14-Ônix — projeto conhecido como Lote ABC Guarulhos.

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Com extinção da CPTM no horizonte, ainda há o que dizer?

Em meio à privatização da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), tenho me perguntado se há muito mais o que cobrir criticamente para o Coletivo. À medida que os contratos de concessão são celebrados, temos uma noção mais ou menos clara em torno dos investimentos futuros. Como já apontado por mim no âmbito deste Coletivo, o histórico sugere uma redução nos investimentos: média irrisória de R$/ano e ausência de grandes obras de infraestrutura, mesmo algumas intuitivamente necessárias, como a expansão da Linha 13-Jade (Eng.

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Privatização do Trem Metropolitano avança em meio ao silêncio de petistas e intelectuais

Quando falamos sobre os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, em processo de desestatização), normalmente, é razoável assumirmos que as composições serão associadas à imagem de superlotação. Os trens, repletos de indivíduos oriundos das mais diversas periferias, há muito, espelham territórios deliberadamente tomados como irrelevantes, a despeito de qualquer fator concreto que indique o contrário. Numa angústia furiosa, mais uma vez, disparo palavras no vazio cibernético da Internet, denunciando que o Trem Metropolitano, com as inúmeras contradições que permeiam seu processo de recapacitação de mais de meio século, nunca carregou ou foi alvo de tanta hipocrisia.

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Os fragmentos de uma estatal em extinção

A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) nasceu originalmente com a missão de maquiar a precariedade das linhas e entregá-las à iniciativa privada. O plano era ridículo, mas deixou bons frutos com o Integração Centro, responsável por transformar as estações Luz e Brás, além de promover outras intervenções menos visíveis. Legenda: Diagrama da rede de transporte metropolitano com o Integração Centro. Fonte: captura mais recente da Wayback Machine para quadro no site oficial do consórcio formado por Enger Engenharia e PCI, 30 de janeiro de 2005.

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Pega-trouxa: mesmo após concessão, expansão da Linha 13 será tímida

A projeção de demanda é tão limitada perto do resto da malha, que mesmo após a expansão, teremos um quadro de 15 minutos de intervalo médio no trecho compreendido pelas estações Bonsucesso e Gabriela Mistral. Para efeito de comparação, nos trechos de maior carregamento, as linhas 11-Coral (Luz-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana) possuem intervalos médios nos picos de 4 e 5 minutos, respectivamente (ver fontes aqui e aqui). Legenda: Expansão pretendida, conforme diagrama atualizado divulgado pelo site Metrô CPTM em 17/09/2024.

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Lote Nova Raposo motiva busca por metrô milagroso

Recentemente, o governo estadual anunciou a continuidade do Lote Nova Raposo, um dos vários pacotes do programa de desestatização de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Este desdobramento do Executivo paulista não necessariamente suscita uma derrota para o movimento Nova Raposo Não, que envolve diferentes organizações, algumas delas problematicamente reacionárias, como o Movimento Defenda São Paulo, e já angariou mais de 19 mil assinaturas contra o Lote. Na verdade, a ideia deste artigo é, mais uma vez, retomar a problematização em torno da reivindicação por transporte sobre trilhos, reiterada em reportagem recente do jornal SP2 da TV Globo.

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Com ou sem representatividade, a CPTM é importante

Depois de cerca de dez anos escrevendo, falar em representatividade no contexto dos trens é uma tarefa difícil, nem tanto pela complexidade, mas pelo sentimento. Ao longo dos anos, este Coletivo realizou inúmeras discussões internas, que levaram à produção de artigos com inúmeras abordagens, entre as quais, podemos elencar: Abordagem universal ou genérica do assunto, sem recortes muito específicos; Perspectiva ligada aos extratos mais baixos da classe trabalhadora; Aceno às classes médias, que claramente são maioria nas organizações do terceiro setor da capital e indivíduos independentes com capacidade de mobilização, conectando transporte e consumo; Entrelaçamento da discussão da infraestrutura de transporte com o mercado imobiliário, especialmente por ser uma ponte para problematizar privatizações; Utilitária, falando sobre como o transporte público pode ser relevante para viagens, compras e turismo; Técnica, abordando assuntos como capacidade/hora, espacialização de linhas para compreensão de uma greve no território, tratamento de dados de demanda e produção cartográfica para discussão de uso e ocupação do solo.

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Entre o marginal e o excêntrico, as dores e agonias de viver os trens da CPTM

Prólogo Em regozijo aos 32 anos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), completados em 28 de maio de 2024, o COMMU (Coletivo Metropolitano de Mobilidade Urbana) orgulhosamente publica este artigo. Dividido em duas partes, o texto a seguir transita brevemente pelos extremos encontrados no Trem Metropolitano, propondo uma reflexão sobre sua importância. Mais uma vez, o Coletivo reforça seu compromisso com o Trem Metropolitano, sobretudo num período tão sombrio, que ameaça deteriorar uma das poucas pontes capaz de transpor grandes abismos socioeconômicos, levando eventualmente a crises e colapsos.

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Privatização do sistema de trilhos leva emburrecimento do estado a novo patamar

Retomando a provocação envolvendo o mercado imobiliário, como seria um futuro arrasado pela privatização de todo o sistema metroferroviário? Mais pessoas precisariam madrugar ou postergar o expediente, tentando driblar horários de pico ainda mais caóticos? O êxodo rumo ao interior paulista, parcela do estado sabidamente indutora do uso indiscriminado do automóvel, ganharia ainda mais força? Imóveis nas localizações com maior e melhor oferta de trabalho disparariam de preço, pois seriam enxergados como uma das poucas alternativas à precarização da Companhia do Metropolitano de São Paulo (METRÔ) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)?

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Futuro da Linha 7-Rubi será definido em breve. Cenário não poderia ser pior

Não, 2024 não começou e não terminará bem. Centenas de milhares de periféricos, independente do que pensam ou de como votam, terão seu futuro acorrentado a um contrato longo e traiçoeiro entre governo do estado e iniciativa privada. Imaginamos que não seja segredo para ninguém: não haverá oposição contundente. O governo federal investirá recursos da controversa nova versão do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), excessivamente focada em obras com baixa relevância para estabelecer uma trajetória positiva para nossos principais tecidos urbanos.

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Privatização: memória curta e fantasiosa distorce papéis

As afirmações a seguir, publicadas em resposta a Rafael Calabria, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), são uma pesada “alucinação”. Em meio aos editoriais canalhas do Estadão e da Folha de S.Paulo, a desinformação corre solta. “ Quando a linha esmeralda era operada pelo estado servia apenas algumas estações, tinha dois trens, o povo esperava até 90 minutos. E tinha mais problemas que agora. Para ir de Osasco até Grajaú, às vezes valia mais a pena ir de metrô até o Jabaquara e pegar um ônibus.

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Linha 9 foi palco de extremismo político e violência contra a mulher

Em mais um trágico episódio envolvendo as linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) concedidas à ViaMobilidade, empresa ligada aos grupos Ruas e CCR, uma passageira foi covardemente agredida. A agressão ocorreu num trem da Linha 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal). O motivo? Extremamente fútil: Renata Lima, 36, solicitou educadamente a um homem para diminuir o volume do conteúdo que reproduzia em seu celular. Nada mais, porém, o homem reproduzia conteúdo da extrema-direita brasileira, enaltecendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e reagiu violentamente ao pedido.

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Para reduzir trapalhadas com trens regionais, governo deveria adotar múltiplas tipologias

Contextualização Recentemente, duas notícias preocupantes foram publicadas pelo site Metrô CPTM: a primeira delas, voltada para o futuro TIC (Trem Intercidades) para Campinas, aponta que o governo deve descartar a necessidade de construção de pátios de manutenção pela iniciativa privada, aumentando a pressão sobre os pátios da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos); já a segunda notícia aponta uma curiosa mudança de planos, na qual o TIC para São José dos Campos seguiria pelo leito da Linha 11-Coral (Luz-Estudantes), a mais movimentada da CPTM, até desenvolver um traçado segregado em Mogi das Cruzes, supostamente utilizando a Variante do Parateí para chegar até a Estação São José dos Campos.

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Marginalização da CPTM é combustível para privatização

É importante que a população compreenda que a privatização das linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) é resultado de uma marginalização duradoura, que não se limita às classes mais baixas, mas também afeta um imenso contingente de classe média. Há anos, a impressão é de que poucos deram ouvidos aos alertas sobre a Linha 4-Amarela (Luz-Vila Sônia), feitos por nós e outras pessoas e organizações.

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Utilizar greve como pretexto para defender privatização é burrice

Com a unificação da luta contra a privatização das estatais Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), há a expectativa de greve conjunta em 3 de outubro, na próxima terça-feira. Nos muitos esgotos cibernéticos que insistimos em rotular como “redes sociais”, diferentes internautas defendem que a greve é um excelente pretexto para defender a privatização das empresas, sobretudo do Metrô e da CPTM.

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Trem para Aparecida: mais um vexame jornalístico e governamental

Trem fantasma Nossa imprensa, mais uma vez, patinou na discussão da mobilidade regional no estado de São Paulo. Sem grandes surpresas, embarcou num trem fantasma para a cidade de Aparecida, no Vale do Paraíba. O passeio, é claro, durou pouco e o devaneio acabou debelado em cerca de dois dias, tanto pela concessionária MRS Logística, quanto pelos preservacionistas da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), que expuseram o total amadorismo do Executivo paulista.

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Audiência expõe insegurança no monotrilho e retrato da privataria nas linhas 8 e 9

Introdução Na última terça-feira, 11, uma audiência pública história foi realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Convocada pelo Sindicato dos Metroviários e Metroviárias, a audiência contou com a participação de mandatos de oposição, representantes sindicais dos diferentes sindicatos que representam a classe ferroviária e foi mediada pela codeputada Sirlene Maciel da Bancada Feminista do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). A abertura foi realizada pela codeputada Paula, também da Bancada Feminista.

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O serviço “expresso” da Linha 13 não é bom

No último dia 07, o Plamurb publicou o artigo “Expresso Aeroporto da Linha 13-Jade: um serviço que continua muito bom”. Como usuário diário do serviço, tendo a discordar da opinião do colega. Antes gostaria de contextualizar minha relação com a linha. Em 2020 eu morava no Parque Belém, em São Paulo, e trabalhava em Guarulhos, no bairro Novo Recreio. Por conta disso, era um usuário assíduo do serviço Connect, que ligava as estações Brás e Aeroporto·Guarulhos, passando pelas estações Tatuapé, Engenheiro Goulart e Guarulhos·CECAP.

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Terminal Vila Carrão × greve no Metrô: alternativas

Introdução Com o gigantismo de São Paulo e um jornalismo cada vez mais precarizado, não raramente, fiquei com a percepção de que a cobertura da imprensa deixou a desejar durante as greves em diferentes linhas do sistema metroferroviário. Neste artigo, gostaria de compartilhar algumas estratégias para a região que eu estou chamando de “bacia do Terminal Vila Carrão”. Inserção do Terminal Vila Carrão Conforme o mapa a seguir, o referido terminal está localizado à Avenida Dezenove de Janeiro, 884, mais ou menos no meio dos troncos viários que articulam tanto as antigas cercanias da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) em direção ao leito da ferrovia, notadamente na porção paralela e adjacente à Radial Leste, quanto os novos vetores de expansão ao longo do rio Aricanduva.

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Preteridas pelos jornais, linhas do Trem Metropolitano brilharam em meio à greve

Encarar as ruas paulistanas durante uma greve da Companhia do Metropolitano (normalmente, grafada como Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), para muitas pessoas, não temos dúvidas, é sinônimo de incerteza e aborrecimento. Ontem, 24 de março, diante da intransigência dos dirigentes do Metrô e do governador recém-eleito, Tarcísio de Freitas (Republicanos), São Paulo amanheceu sem a operação das linhas 1-Azul (Jabaquara-Tucuruvi), 2-Verde (Vila Prudente-Vila Madalena), 3-Vermelha (Corinthians·Itaquera-Palmeiras·Barra Funda) e 15-Prata (Vila Prudente-Jardim Colonial).

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