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Monotrilho: precisamos de mais bom senso na discussão sobre a Linha 15

A interdição da Linha 15-Prata (Vila Prudente-São Mateus) por parte da Companhia do Metropolitano de São Paulo (METRÔ, corriqueiramente grafada como Metrô) exacerba a crise de imagem da companhia e, sobretudo, da própria linha, que tem sofrido com o que parece ser um misto de equívocos típicos, que permeiam todas as obras, ineditismo e outros equívocos maiores, cuja explicação até hoje não foi tornada pública. Muito antes da chegada a São Mateus, foi no mínimo estranho receber notícias de que o ribeirão da Moóca, que corre sob a Avenida Professor Luiz Ignácio Anhaia Mello, havia sido negligenciado, passando ao largo do delicado e complexo processo de planejamento que, esperamos, ocorre antes das obras civis de grande envergadura, como é o caso da construção de uma linha de metrô leve, tal qual a Linha 15-Prata.

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Abismo tecnológico separa portais de transparência do Metrô e da CPTM

Enquanto a Companhia do Metropolitano de São Paulo (METRÔ, comumente grafado Metrô) ostenta um portal de transparência baseada numa plataforma dedicada e especialmente desenhada para abertura de dados (DKAN), a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) continua improvisando soluções dentro do Microsoft SharePoint. Legenda: Portal de transparência do Metrô (esquerda) e CPTM (direita) A primeira má impressão com relação ao portal da CPTM começa com os ícones: além da ausência de um ícone para a seção “Prestação de Contas / Contratos de Publicidade”, o alinhamento é, no mínimo… curioso.

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Monotrilho: capacidade está longe do esgotamento

Notícias abordando as estratégias de contenção de fluxo de passageiros na Linha 15-Prata (Vila Prudente-São Mateus) parecem ter desencadeado a noção de que uma das mais novas linhas da Companhia do Metropolitano de São Paulo, poucos meses após chegar em São Mateus, na periferia da capital paulista, teve sua capacidade esgotada. Nada mais falso. Segundo dados oficiais acerca da infraestrutura, sabe-se que 189 carros integram a frota da Linha 15-Prata, sendo que as composições, que possuem 7 carros cada, nos picos circulam a cada 3 minutos e 40 segundos (204 segundos).

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#Entrelinhas: uma controversa campanha de marketing sobre trilhos

Introdução A Companhia do Metropolitano de São Paulo (METRÔ, usualmente Metrô), responsável por operação de parte da malha metroferroviária da região metropolitana, lançou recentemente a campanha “#Entrelinhas: Histórias em Movimento” e, assim como aconteceu no caso da campanha “Gente que move São Paulo” da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o tiro parece ter saído pela culatra. Antes de discutirmos os aspectos problemáticos da campanha, precisamos deixar algumas coisas muito claras na próxima seção, pensando sobre a figura da estatal.

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Planos para modernização da estação da Barra Funda impressionam

Série especial Entre os dias 03/09/2019 e 06/09/2019 a AEAMESP (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô) realizou sua vigésima quinta edição da Semana de Tecnologia Metroferroviária. O COMMU esteve presente a convite e compartilha impressões do evento por meio de uma série especial. Clique aqui para conferir todos os artigos da série já publicados até o momento. Documentos estão disponíveis desde o final de agosto Apesar do pouco alarde na mídia (incluindo a mídia especializada, que em algumas situações parece oscilar entre se portar como mera assessoria de comunicação e disseminar sensacionalismos e reducionismos dispensáveis), a concessão da Estação Palmeiras·Barra Funda está em sua fase de consulta pública, sustentada por cinco documentos disponíveis no site da Companhia do Metropolitano de São Paulo desde 21/08/2019.

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CPTM e Metrô querem aumentar aposta em segmentos de publicidade e comércio varejista

Série especial Entre os dias 03/09/2019 e 06/09/2019 a AEAMESP (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô) realizou sua vigésima quinta edição da Semana de Tecnologia Metroferroviária. O COMMU esteve presente a convite e compartilha impressões do evento por meio de uma série especial. Clique aqui para conferir todos os artigos da série já publicados até o momento. Motivação inicial: sobre a forte tendência observada Alguns dos painéis e apresentações da 25ª Semana sugeriram fortemente o desejo de inverter a relação entre receitas tarifárias e acessórias, ou seja, passar a custear a maior parte da operação utilizando recursos que não dependem da tarifa, mas sim de outras atividades.

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Doria, quer expandir a rede de metrô rapidamente? Pergunte-nos como!

Depois de escrever uma proposta que permite que o governo combine serviços metropolitanos e regionais otimizando o desenho do material rodante e ampliando a extensão de plataformas, voltamos a olhar para a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) para sugerir uma mudança substancial nas diretrizes que parecem ter norteado a expansão da rede até o momento. Se o governo atual, que tem João Doria (PSDB) como líder do Executivo, está tão comprometido com a reforma da máquina estatal, deveria buscar fusões inteligentes, ao invés de cortes preocupantes.

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Minhocão já poderia ter sido demolido, mas seguimos insistindo em premissas duvidosas

Contextualização A ideia de que a demolição do Minhocão (oficialmente Elevado Presidente João Goulart) provocará uma hecatombe em São Paulo é repetida por algumas pessoas sempre temas envolvendo o patético elevado ressurgem. A justificativa geralmente gira em torno das seguintes premissas duvidosas: (i) é preciso investir no transporte público primeiro; e (ii) é preciso investir no transporte individual primeiro, fornecendo pelo menos uma nova alternativa viária. Nada mais equivocado, como veremos neste artigo.

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Dia da mentira e promessas de expansão do sistema metroferroviário

Será que o Governo do Estado de São Paulo se planeja para inaugurar estações nos anos eleitorais (e assim dar aos candidatos ligados ao Governo um empurrão para as eleições)? Para avaliar isso levantamos o ano de inauguração das últimas estações e parece que sim. No gráfico seguinte é mostrado para cada ano — desde 1982 (ano da volta das eleições diretas para governador) — o número de estações inauguradas, sendo destacados em azul os anos eleitorais.

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Nova Política Estadual de Mobilidade Metropolitana é praticamente inócua

Introdução Saiu no Diário Oficial do Estado de São Paulo e também no site oficial do governo estadual: está promulgada a Lei Nº 16.956, de 21 de março de 2019, que institui em poucas linhas uma política de mobilidade inócua, que a partir daquele mesmo dia passou a afetar a vida de milhões de pessoas. Aparentemente feita sob encomenda, considerando o teor da lei e também as declarações do secretário de transportes metropolitanos, Alexandre Baldy, a Política Estadual de Mobilidade Metropolitana (a partir de agora abreviada como PEMM) falha em estabelecer um marco regulatório robusto, com vistas à promoção da intersetorialidade, da racionalidade, do fortalecimento da Emplasa (Empresa Metropolitana de Planejamento Sociedade Anônima, responsável pelo planejamento de toda a Macrometrópole Paulista), evidenciando que se trata apenas de um conjunto de dispositivos que visam favorecer parcerias público-privadas (as famigeradas PPPs).

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Não há uma resposta simples para a mobilidade na Zona Leste de São Paulo

No último domingo, 06/01/2019, um leitor fez uma intrigante pergunta numa publicação do COMMU no Facebook: Será que algum dia o problema de mobilidade da ZL será resolvido? Outras áreas da cidade precisam de transporte rápido sobre trilhos e não dão a mesma atenção! Como mencionado em uma reportagem do Portal G1, a Zona Leste da capital “reúne quase 4 milhões de habitantes, mais do que países como o Uruguai, com 3,5 milhões”.

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Privatização da CPTM e do Metrô não é mais uma questão de “se”, mas sim de “quando”

O sinal já foi dado Com a posse de João Doria (PSDB), o governo paulista fruto das últimas eleições começa a mostrar a que veio: a assinatura de um projeto de lei para extinguir, fundir ou incorporar a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), a Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp), Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS), Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), Imprensa Oficial do Estado São Paulo (Imesp) e a Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp), demonstra que não existe nenhum bom motivo para que ignorarmos os riscos impostos pelos ideais desestatizantes que ficaram claros durante o período eleitoral.

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Linha 5-Lilás: expansão reforça velhos clichês

Com a inauguração das estações Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin, a Linha 5-Lilás (que finalmente passou a ser Capão Redondo-Chácara Klabin) tem no momento apenas uma estação pendente de inauguração: Campo Belo, na qual deverá ser possível a transferência para a também inacabada Linha 17-Ouro (o trecho Morumbi-Congonhas/Morumbi-Jd. Aeroporto está em construção; a linha operará em Y). As páginas da imprensa hegemônica e também de veículos especializados em mobilidade foram tingidas de lilás com fotografias e dados sobre a linha e suas novas estações e, com as páginas repletas de reportagens, vieram também discursos, digamos… bastante discutíveis.

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4 eixos de atuação que definem os desafios para a mobilidade no Estado de São Paulo

Prólogo Delineamos e comentamos quatro eixos de atuação que consideramos essenciais para a melhoria da qualidade de vida da população quando o assunto é mobilidade. Não será nada fácil. São muitos os desafios que o próximo governador ou a próxima governadora deverá enfrentar. 1. Adotar uma perspectiva integrada O primeiro eixo é basicamente o pilar de sustentação de todos os outros e define o tipo de visão que gostaríamos que fizesse parte da próxima administração estadual, sendo assim, e importante destacar a necessidade de uma perspectiva integrada para abordagem de toda a temática da mobilidade no Estado de São Paulo.

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Mais promessas impossíveis: 350 km de metrô e puxadinho para Campinas

Prólogo Duas falas, em especial, ganharam espaço recentemente: (i) expansão da malha de metrô em 350 km, prometida por João Doria (PSDB) e; (ii) implantação mais rápida de trens regionais entre Campinas e São Paulo, prometida por Márcio França (PSB). Claro que tais promessas não poderiam passar em branco diante de um coletivo que, desde 2014, tem tratado da malha de trilhos buscando profundidade e transparência. Embarque conosco em mais uma leitura!

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Compras e viagens usando o transporte coletivo: sim, é possível!

Introdução Recentemente recebemos os seguintes comentários na nossa página no Facebook, devidamente indicados com setas vermelhas, após questionarmos quão ineficiente é o automóvel ao ocupar o espaço no sistema viário, ou seja, nas nossas ruas e avenidas: Legenda: Comentários recebidos em publicação datada de 29/05/2018 (o link permite acesso na íntegra) A ideia de que um carro é obrigatório para viajar e fazer compras não é nova. Durante a implantação das faixas exclusivas de ônibus na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad, eram recorrentes as manifestações de comerciantes, que se manifestavam contra as faixas exclusivas e, portanto, contra o aumento da qualidade de vida do passageiro do transporte público em detrimento da racionalização do espaço que, ao ser privatizado em prol de uma minoria, supostamente garante a maior movimentação do comércio varejista de rua.

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Linha 4-Amarela, foliões e hipocrisia

Falta de educação? Nas redes sociais, predomina o discurso de que a Linha 4-Amarela (Luz-Butantã) foi vitimada pela falta de educação de alguns foliões, contudo, aquilo que parece ser mera opinião não passa de um posicionamento incoerente, fruto de posições ideológicas que defendem uma concessão repleta de garantias e cuja contrapartida da concessionária vencedora foi irrisória, conforme já discutimos no passado. É um posicionamento que precisa, desde já, ser questionado.

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Monotrilho vs. BRT: parte 1

Na metade de 2017, uma discussão surgiu em um de nossos posts no Facebook, nele divulgávamos uma notícia intitulada “Consórcio Intermunicipal ABC vai formalizar proposta de BRT no lugar de monotrilho na linha 18” e, a princípio, não havia motivo para escrevermos um artigo longo por sua causa, até recebermos alguns comentários reforçando pré-conceitos e concepções equivocadas sobre sistemas de monotrilho. O maior problema foi a impressão de que havia um otimismo exagerando envolvendo sistemas de BRT (Bus Rapid Transit).

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Zona Leste: até quando presa numa camisa de força?

Quando dialogamos com certas parcelas do campo progressista, uma das maiores dificuldades é explicar que a luta por mais infraestrutura de transporte não se trata de “mais do mesmo”, como já nos foi dito por uma ciclo-ativista. É óbvio que a Zona Leste precisa de políticas e ações de desenvolvimento, que elevem o número de postos de trabalho e permitam que a economia local seja mais dinâmica, mas será correto julgar que a infraestrutura atual é suficiente?

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Concessão dos terminais de ônibus do Metrô: cadê a participação social?

O terreno está pronto Originalmente se falou em 17 terminais, conforme nós do COMMU adiantamos em artigo publicado em 21/09/2016, mas parece que o número final já está fechado: 15, a maioria deles na Linha 3-Vermelha (Itaquera-Barra Funda). São Paulo terá 15 terminais de ônibus integrados a estações do...São Paulo terá 15 terminais de ônibus integrados a estações do Metrô concedidos à iniciativa privada. Veja quais serão ▶ Publicado por Governo do Estado de São Paulo em Sexta-feira, 25 de agosto de 2017 Ana Carolina Nunes, conselheira do CMTT pela mobilidade a pé em São Paulo (veja mais sobre a câmara temática aqui), dispara uma série de questionamentos que, dada a postura habitual do governo estadual, infelizmente ficarão sem respostas:

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