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Rio Grande da Serra, a estação e o descaso

Fomos motivados pelo aniversário da estação, comemorado pela empresa no Facebook… Conforme podemos ver na rede social, a CPTM fez uma publicação comemorando o aniversário de algumas estações. O post foi feito no Facebook em 16/02/2014 e, entre as estações, está Rio Grande da Serra. Diferentemente da vizinha Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra amarga um estado que beira o de abandono. A passarela está sendo apoiada por uma estrutura metálica adicional, além disso, não é só a estrutura metálica que parece ter risco de desabar, uma espécie de sala operacional, na única plataforma usada, está claramente cedendo.

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Quando vamos iniciar a transformação das nossas cidades?

Estava pensando aqui: já percebeu que existem situações nas quais se noticia novas invenções como se fossem “o que faltava para resolver a mobilidade urbana”? É quase mágico, as invenções passam a ser noticiadas como se não houvesse amanhã, geralmente de forma rasa e… bem, em seguida o hype cessa e a mobilidade urbana volta ao esquecimento. ☹ Legenda: Land Airbus Lembrei-me de uma invenção chinesa que foi ventilada por vários veículos da mídia, até aqueles voltados ao público jovem, como o Catraca Livre ou Superinteressante.

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Qual transporte público você quer?

Quantas vezes você já se perguntou qual tipo de transporte público gostaria de utilizar? Talvez nos momentos de fúria, quando as coisas não saem como esperado? Talvez durante as férias, quando a rotina é quebrada e a relação com a cidade muda? Trata-se de um questionamento importante: Qual é o metrô que você quer? Ou então os ônibus, como eles devem ser? Não é uma questão de falar em utopia, como em “eu quero um metrô a cada 30 segundos, silencioso, sempre com bastante espaço para ir sentado e passando na porta da minha casa”, mas talvez seja uma questão de pensar algo mais razoável, pelo qual todos podemos lutar, digamos “eu quero um sistema sem superlotação, com intervalo entre 3 e 5 minutos, no qual boa parte da metrópole seja atendida, mas eu também encontre uma estação nos principais pontos das cidades, talvez uma estação a cada no máximo uns 600, 800 metros nas principais centralidades”.

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Superlotação e obscuridade

Introdução Muitas vezes nos deparamos com discussões a respeito da superlotação dos trens. Tema extremamente explorado pela imprensa, a superlotação também está na boca do povo, seja nas ruas ou na Internet. A grande questão é a seguinte: um usuário reclama dos trens superlotados e outro usuário rebate com uma frase mais ou menos assim: “ No resto do mundo o transporte público também é lotado no horário de pico! Então hoje quero dizer uma coisa muito importante: falar de superlotação não é falar da condição de “transporte público lotado”, olhar para um trem e constatar que ele está cheio não é suficiente, pois cada pessoa avalia a lotação de uma maneira, basta observar o comportamento das pessoas no embarque, algumas hesitam mais, outras menos.

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Um olhar para a região do Itaim Bibi no âmbito do transporte público

O jornal Estadão tem exibido uma série sobre os bairros da capital paulista, recentemente chegou a hora do famoso Itaim Bibi ser abordado. Legenda: Rua das Olimpíadas Imediatamente fizemos algumas observações no Facebook ao ler uma matéria voltada ao Itaim Bibi. Para facilitar a vida do leitor, transcrevemos abaixo as observações feitas na forma de comentário na rede social: Sentimos falta de uma exploração melhor em relação à CPTM. Na matéria destacada, por exemplo, apenas o Metrô é lembrado como “fortalecedor”, com uma menção vaga aos ônibus, mas não é bem assim… vale dizer que, enquanto a região era requalificada, os trens da Fepasa, da então Linha Sul (atual Linha 9-Esmeralda) nem paravam na região, cerca de 20 anos foram necessários até que os investimentos fossem retomados (as estações citadas, Cidade Jardim e Vila Olímpia, são do comecinho do novo milênio), num programa chamado pela CPTM de Dinamização da Linha Sul.

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Um olhar para a CPTM e seu atendimento ao Centro, Mooca e Ipiranga

Introdução Para começar, vou me restringir a São Paulo, praticamente único alvo da discussão (Brasília e Rio de Janeiro são exemplos de duas cidades que foram citadas pelos presentes, mas São Paulo dominou a discussão, o que já era esperado). Como muitos sabem, o chamado Centro Velho ainda enfrenta nos dias atuais problemas de degradação, falta de políticas para habitação (incluindo a regularização de ocupações, a requalificação de imóveis sem utilização para abrigar moradia social, a instalação de equipamentos públicos que permitam um uso misto mais confortável para quem trabalha e mora na região etc) e apesar disso, é contemplado com uma infraestrutura de transporte coletivo no mínimo interessante, ademais, pretendo expandir um pouco a zona de abrangência, acreditando em oportunidades desperdiçadas em outros pontos da cidade, notadamente na Zona Leste, em bairros com antiga vocação industrial, como Moóca e Ipiranga.

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Linha 12: quando nossos sistemas de transporte falham, é sinal de que nós podemos ter falhado também

Histórico De pingentes (usuários pendurados nas portas), trens com assoalho remendado por tábuas de madeira e meia dúzia de estações precárias (algumas de mais de meio século de idade), a linha passou a viver, principalmente a partir de 2005, uma nova fase, que resultou, sobretudo no período compreendido entre os anos de 2006 e 2008, na inauguração de novas estações e entrega de trens reformados e/ou modernizados. A última novidade na Linha 12 foi a reinauguração da Estação São Miguel Paulista em 2013, totalmente reconstruída.

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Breve avaliação das linhas 3-Vermelha, 11-Coral e 12-Safira

Hoje um usuário no Twitter questionava a CPTM e o Metrô sobre a transferência entre as linhas 3-Vermelha e 11-Coral e 12-Safira. Inicialmente, acabamos não entendendo se o problema estava no acúmulo de usuários, o que costuma acontecer em certos momentos, como no horário de abertura da transferência (falaremos mais sobre isso depois), ou se havia alguma outra situação. Após alguns minutos, tanto o Metrô, quanto a CPTM, responderam buscando mitigar o descontentamento, explicando sobre o horário diferenciado da transferência e falando sobre a importância de evitar a sobrecarga nas linhas.

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180 serviços ao longo das marginais e nenhum tornou relevante a menção da Linha 9 da CPTM

Introdução Recentemente a revista sãopaulo (um complemento do jornal Folha de S.Paulo) abordou os serviços disponíveis ao longo das marginais Pinheiros e Tietê, destacando alguns números a respeito dos 180 serviços que encontraram (talvez nem todos impressionantes, mas não vem ao caso). Surpreendentemente, em nenhum momento a Linha 9–Esmeralda da CPTM foi citada na matéria. Legenda: Diagrama contendo as estações da Linha 9 Como podemos ver no diagrama acima, a Linha 9 conta com 18 estações e, segundo dados oficiais, transportou mais de 550 mil passageiros por dia em 2012.

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Trens da CPTM e o tal do loop operacional

Caros leitores, quem aqui já ouviu falar do chamado loop operacional? Ok… talvez alguns ainda não saibam do que eu estou falando, então quem aqui já observou que alguns trens prestam serviços em um trecho específico de uma determinada linha? Parece mais familiar? Pois bem, e quando pensamos em trens voltados às estações Jurubatuba ou Pinheiros (9-Esmeralda), Mauá (10-Turquesa) ou Engenheiro Manoel Feio (12-Safira), por exemplo? Se você pensou em algumas situações (talvez tenha embarcado e desembarcado antes do seu destino final… mais sobre isso adiante), agora já tem uma ideia a respeito do que eu estou falando.

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Os 130 km de trilhos da CPTM esquecidos dentro da capital

A rede da CPTM, com cerca de 260 km, atendendo 22 municípios, com mais de 90 estações, aproximadamente 170 trens e movimentação de quase 3 milhões de usuários em média por dia útil apresenta não só números superlativos, mas também descaso em igual ou superior escala. A capital possui cerca de 130 km (136,5 km, para ser mais exato, de acordo com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos), o que é mais do que a rede do Metrô inteira, mesmo se somarmos a Linha 4, operada pela CCR ViaQuatro em regime de concessão patrocinada).

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A exaltação das dificuldades com o transporte coletivo é suficiente para que as causas sejam investigadas?

Quando falhas ocorrem em linhas como a 3-Vermelha do Metrô de São Paulo, transbordam nas redes sociais críticas ao serviço da Companhia do Metrô, à superlotação e à precariedade do transporte coletivo em geral. São críticas oportunas, obviamente, mas precisamos ir além na captura do descontentamento. O problema é que reclamar da superlotação ou dizer que o transporte público é precário, é chover no molhado. Não resolve mais. É um grito de sofrimento que se tornou banal.

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Onde estão os serviços expressos?

Legenda: Trem da Linha 11-Coral da CPTM. Trens como este circulam nas áreas que ainda não receberam o padrão do Expresso Leste. Obras em Suzano, Ferraz e Poá, obviamente, estão atrasadas Temos hoje na chamada Zona Leste de São Paulo pelo menos 3,3 milhões de habitantes (dados de 2004), 3 linhas de trem metropolitano/metrô e um fluxo de pessoas oriundo de cidades como Itaquaquecetuba, Suzano, Poá, Mogi das Cruzes e Ferraz de Vasconcelos, assim, somando a população de aproximadamente 1,2 milhões de habitantes (dados do Censo 2010), temos um superlativo número de 4,5 milhões de habitantes.

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