mobilidade urbana

Prata da casa

Construção rápida, melhor inserção no tecido urbano e menor custo de implantação. Estas foram algumas das promessas em relação ao novo modal de transporte apresentado em meados de 2009 pelo então governador do estado de São Paulo, José Serra (PSDB), em parceria com o então prefeito da capital, Gilberto Kassab (PSD). O projeto do monotrilho foi apresentado tanto como alternativa ao então corredor de ônibus Expresso Tiradentes, proposta original para o eixo mas que supostamente não daria conta da alta demanda da região, como também foi vendida como uma forma mais rápida de levar o Metrô aos bairros mais distantes e necessitados de transporte.

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Eles não desistem!

E saiu mais um editorial pra lá de questionável do Estadão, que faz uso de argumentos baseados numa necessidade de rigorosos estudos de demanda e impacto de vizinhança para justificar a expansão cicloviária (dando a entender que absolutamente nada existe, o que não é bem verdade). Novamente, não ficaremos calados! A verdade é uma só: o Estadão é, historicamente, conivente e negligente na cobertura das questões do transporte coletivo em toda a metrópole, de Francisco Morato a Mogi das Cruzes, de Itapevi a Rio Grande da Serra, passando pelas regiões mais nobres ou mais estigmatizadas da capital paulista, o periódico sempre mediu esforços, tendo uma equipe minúscula (principalmente nos dias atuais) e, não seria exagero dizer, nada incentivada a pautar com seriedade e abrangência o transporte metroferroviário e o incentivo irresponsável ao automóvel (que não é restrito ao IPI, como alguns tentam mostrar, criticando seletivamente parte do Estado Brasileiro).

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Continuam tingindo a CPTM de cinza

Vamos brincar Vou propor aqui uma coisa bem simples: de 1 a 4, teremos algumas colocações sobre a realidade de quem depende do transporte sobre trilhos, leia, pense na malha de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e no quanto as colocações parecem verdadeiras ou falsas, em seguida, continue lendo o nosso texto. Pronto? Então vamos lá! “A situação econômica não é boa (…) Pessoas estão enfrentando dificuldades para procurar um emprego e permanecer nele.

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Precisamos falar sobre o Expresso Leste

Introdução Com a inauguração da Estação Suzano sendo adiada pela nona vez — a promessa agora é entregá-la em fevereiro/2016, embora o contrato, que deveria durar 15 meses, tenha sido assinado em outubro/2010 — , é chegada a hora de cutucar um pouco a ferida do Expresso Leste, parte da Linha 11-Coral (Luz-Guaianazes-Estudantes) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, a CPTM. O Expresso Leste hoje é um trecho com 24 km na Linha 11, no qual o passageiro desfruta integralmente de trens com ar condicionado, baixos intervalos (nos picos, um trem a cada quatro minutos em média) e estações mais modernas, numa ligação paralela à Linha 3-Vermelha (Barra Funda-Itaquera) da Companhia do Metropolitano, sendo o único serviço expresso sobre trilhos da Zona Leste e também de toda a malha de trilhos da Região Metropolitana de São Paulo.

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Vá além do Centro Expandido de São Paulo

Introdução Quando falamos de mobilidade urbana, a palavra “descentralização” surge com grande facilidade, é muito comum desejar e encontrar pessoas desejando maneiras de reduzir seus deslocamentos e depender menos do transporte coletivo para o dia-a-dia, algo assim, teoricamente, aumenta o tempo livre e aumenta a liberdade para viver a cidade e ter uma vida mais saudável. Eu tenho notado que existe, porém, um comportamento muito interessante: um morador do Centro Expandido, com bom nível de consciência política e não raramente já desfrutando de maior tempo livre devido à dinâmica da região, que concentra não só muitos postos diversos (ou seja, com diferentes níveis de qualificação) de trabalho, mas uma imensidão de equipamentos públicos e privados, defendendo a tal “descentralização”, porém, se o mesmo morador não sai do Centro Expandido e pré-concebe uma imagem do restante do município de São Paulo e também dos outros municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo (também chamada de Grande São Paulo), passa a existir, portanto, uma incoerência.

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Retrospectiva 2015

Janeiro Publicamos o artigo “Centro Velho, Marginal Tietê, projetos, possibilidades” Fevereiro Marcamos presença na 11ª Reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte Publicamos o artigo “Rebatendo argumentos anti-ciclovia” Março Publicamos o artigo “Por que o enterramento da CPTM no eixo Lapa-Brás é tão importante?” Legenda: Participação na Jornada pela Democracia. Fotos cedidas pela Rede TVT Abril Solicitamos uma reunião com a CPTM e fomos atendidos, participando de um encontro com outras pessoas, sobretudo envolvidas com divulgação de informações no Twitter Fomos convidados para a Jornada pela Democracia, participando da mesa “As cidades que queremos”, na primeira e na segunda parte Publicamos o artigo “Linha 13-Jade: uma ligação para Guarulhos que já nasce limitada” Maio Fomos entrevistados pelo Programa Nova Cidade da TV Aberta São Paulo Legenda: Vídeo da entrevista de maio Publicamos o artigo “Linha 9-Esmeralda da CPTM: 4 críticas estruturais” Junho A CPTM cumpre sua promessa e realiza um novo encontro, agora envolvendo o presidente da empresa.

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O smartphone pode ajudar quem usa transporte coletivo?

Como foi feito? Para o teste, a plataforma móvel adotada foi o Android 4.4, sendo os seguintes aplicativos avaliados ao longo de outubro e metade de novembro de 2015: Cadê o Ônibus?; CittaMobi; Moovit; Trafi. Importante: como podemos ver acima, a lista está em ordem alfabética, não indicando, portanto, uma preferência de todos os membros do Coletivo por qualquer aplicativo. De uma forma ou de outra, os seguintes aspectos entraram na avaliação:

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A linha de metrô mais barata de São Paulo

Bem, é. Convenientemente, os discípulos do rodoviarismo deixaram aberta essa possibilidade com o imenso espaço, sem cruzamentos, lisinho, do eixo rodoviário que corta a cidade de norte a sul. As faixas centrais desse eixo têm mais do que a largura necessária para se passar por elas um trem; só precisariam ser feitos túneis em alguns momentos (para as estações — nem todas — e nos trevos), mas muito poucos comparados com o tamanho da linha que seria criada.

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Por que devemos lutar pela transformação dos subúrbios?

É muito comum para nós do COMMU recebermos ataques no Facebook quando defendemos, por exemplo, mais infraestrutura cicloviária ou a abertura da Avenida Paulista para as pessoas, muito mais raro, porém, é recebermos propostas ou comentários visando uma nova ocupação de espaços comerciais movimentados na periferia da capital ou nas cidades da Grande São Paulo. Quando surge alguém mencionando a periferia, o que encontramos é a utilização desonesta das regiões periféricas para defender o status quo, para defender que tudo permaneça como está, num claro tom de aproveitamento da situação.

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Participamos da 1ª Semana de Tecnologia do Transporte na Fatec Tatuapé

No dia 16/10/2015, às 15h, o COMMU participou de uma palestra na unidade Tatuapé (Victor Civita) da Faculdade de Tecnologia, nela apresentamos o Coletivo aos presentes, explicando o que levou ao surgimento e como tem sido nossa jornada até o momento. Contando apenas com o apoio de uma empresa de grande porte, a 1ª Semana de Tecnologia do Transporte é um esforço pioneiro e conjunto, envolvendo o Prof. Edegar Keretch e alunos do Tecnólogo em Transporte Terrestre, sendo um deles integrante do COMMU.

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SPTrans se rende aos novos tempos e se reúne com blogueiros e ativistas

Em 01/10/2015 participamos de um animado bate-papo com a São Paulo Transporte, comumente conhecida por SPTrans e responsável por gerenciar e planejar o sistema de ônibus da capital paulista. Recebemos o convite definitivo em 24/09/2015 e nele a atividade foi apresentada como sendo uma continuidade à Semana da Mobilidade 2015. O encontro seguiu de forma leve e descontraída. Os presentes foram apresentados às instalações da SPTrans na zona central de São Paulo e em seguida conduzidos para uma sala de reunião, na qual puderam se servir (foram oferecidos sucos, bolachas etc) e acompanhar uma apresentação sobre a São Paulo Transporte, além de discutir sobre o sistema de ônibus da Prefeitura de São Paulo.

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Ministério Público, por qual São Paulo você luta?

Na data de hoje, 02/10/2015, soubemos que o MP decidiu rejeitar o resultado da audiência pública feita na Avenida Paulista para discutir mudanças no seu funcionamento aos domingos, as quais incluem a interrupção do tráfego de automóveis (com exceções para moradores e veículos de serviço e resgate) permitindo que a população possa desfrutar da avenida como um bulevar, além disso, também ignorou pesquisas recentes: Ampla maioria dos comerciantes da Paulista apoia avenida aberta a pedestres aos domingos (Rede Nossa São Paulo); “Abre-te Paulista: uma avenida aberta para pessoas” (Cidadeapé); Pesquisa revela avaliação dos paulistanos sobre trânsito, transporte público e poluição (Rede Nossa São Paulo).

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Nós já estamos acostumados, não se preocupe

Não sabemos se o trem vai demorar 10 ou 40 minutos, não sabemos também se ele vai a 60 ou 10 km/h, pior, não sabemos quão duras serão as filas que poderemos enfrentar, principalmente se uma parte da linha estiver interrompida e o trajeto precisar ser completado por ônibus do chamado PAESE (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência). Introdução A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos foi criada por força da Lei nº 7.

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Estação General Miguel Costa e as múltiplas facetas da falta de infraestrutura

Introdução Segundo notícia de 26/06/2013 do Blog Mural da Folha de São Paulo, os passageiros e moradores da região esperam há quase 10 anos por um terminal de ônibus, é o que releva o seguinte fragmento: Desde 2006, projetos de um terminal são divulgados pelas prefeituras dos municípios. Entretanto, não há prazo para a conclusão. “Faz oito anos que eu escuto isso. Não acredito mais”, afirma o orçamentista gráfico Cléo Frari, 32.

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Os tropeços na reconstrução da Estação Antônio João

Prólogo A estação tem passado por um processo de anacronismo, relacionado por transformações não só nos serviços da CPTM, como também na região em que está inserida (Aldeia de Barueri). Antônio João, cada vez mais, mostra ser uma estação que estagnou e cujas formas e ambiente refletem uma realidade que há muito deixou de existir. Cronologia Acompanhe a seguir uma série de acontecimentos relevantes, todos a partir do novo milênio:

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O motorista do automóvel é um vilão?

Legenda: Charge que compartilhamos no Facebook em 23/04/2015 Aproveitamos a polêmica gerada naquela altura para recuperar algumas colocações que fizemos, de forma a não permitir que sejam esquecidas num post antigo do Facebook. Vilão ou vítima? O motorista do automóvel é um vilão? Não. Nós, indivíduos, cidadãos, pessoas comuns, em geral respondemos aos incentivos que recebemos. Se a cidade, sociedade ou Estado fornece boas ruas para os carros e más alternativas para o restante, é razoável supor que as pessoas comprarão mais carros.

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Como atuamos?

Prólogo Pretendemos aqui esclarecer como o COMMU, Coletivo Metropolitano de Mobilidade Urbana, atua e/ou pretende atuar para se somar a todos as pessoas que lutam por cidades mais democráticas, mais verdes, mais voltadas às pessoas, onde os deslocamentos sejam agradáveis. Objetivos e Princípios Aqui você confere nossos objetivos e princípios na luta por uma melhor mobilidade urbana na metrópole de São Paulo. Priorizar o transporte coletivo em detrimento do transporte individual motorizado A priorização do transporte coletivo significa desenvolver ações que busquem colocá-lo no topo da lista de prioridades do poder público em termos de mobilidade urbana.

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Manifesto a favor da redução da velocidade nas marginais

A Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo e o Coletivo Metropolitano de Mobilidade Urbana manifestam aqui sua posição favorável à redução da velocidade nas Marginais Pinheiros e Tietê na cidade de São Paulo. Antes de tudo, somos a favor da vida. Se reduzir a velocidade dos carros é uma maneira de garantir que vidas sejam poupadas, e, com isso, famílias inteiras deixem de sofrer, não podemos ter outra posição senão apoiar tal medida.

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Quatro minutos a mais na marginal ou mais de quatro décadas com menor qualidade de vida?

Introdução Usando contra a Folha de S.Paulo material da própria Folha de S.Paulo, lembremos de uma célebre frase do arquiteto e urbanista Jaime Lerner: “ O carro é o cigarro do futuro A declaração foi feita no Fórum de Mobilidade Urbana organizado pelo jornal em 2013, como podemos verificar aqui. Na altura, Lerner foi usado para depreciar as ações da prefeitura da capital paulista em relação aos ônibus, agora, de forma menos discreta, o tablóide paulistano expressa sua preocupação com a perda de 4 minutos devido à redução do limite de velocidade nas pistas expressas.

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Estrutura do automóvel como régua

Legenda: A Short History of Traffic “Engineering”, de Copenhagenize Design Co. O condicionamento do traçado da ciclovia à estrutura de uma via expressa, numa situação em que o meio mais lento deve se adaptar ao mais rápido, acaba por criar situações extremamente desfavoráveis aos ciclistas, como a necessidade de percorrer um trajeto muito maior do que o razoável para o deslocamento, por conta da baixíssima conectividade inerente à estrutura, com muito poucas oportunidades de travessia sinalizada.

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