urbanismo

Gringoteca: extraindo referências de youtubers gringos

Enquanto a discussão de cidades e de mobilidade continua amesquinhada no Brasil, mesmo considerando que o principal objeto de discussão do Coletivo seja a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), uma das concentrações populacionais mais complexas do país (e, provavelmente, do continente), o mundo continua a girar, e o acesso à Internet em alta velocidade segue proporcionando conexões que, há cerca de duas décadas, exigiriam capacidade para costurar presencialmente relações com pessoas e lugares, a um custo elevadíssimo, tanto de tempo, quanto de dinheiro.

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Frente com verniz progressista divulga petição de caráter reacionário e ataca críticos no Twitter

Valendo-se de uma lista com 490 organizações sociais signatárias, a Frente São Paulo Pela Vida argumenta no Twitter que suas entidades estão indignadas com “a velocidade e extensão das obras de edifícios em Pinheiros” e que o “Bairro” (sic) precisa ser preservado contra o que seria uma “verticalização inadequada no único quadrilátero horizontal”. Houve reação. Membros do COMMU e outras pessoas que conhecem nosso trabalho começaram a rebater o teor da petição, que busca preservar um quadrilátero na área de influência direta da Estação Fradique Coutinho da Linha 4-Amarela (Luz-São Paulo·Morumbi).

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Legislação urbanística: por menos narrativas hipócritas

Recentemente, um ilustre professor da Universidade de São Paulo (USP), João Sette Whitaker Ferreira, publicou o artigo “Por que os Planos Diretores estão sob ataque” no Outras Palavras, um veículo progressista de mídia alternativa. Gostaria de propor uma reflexão em torno de alguns pontos do texto. Em primeiro lugar, é importante dizer que, embora tenhamos um histórico de concordância com o Plano Diretor Estratégico de São Paulo, aprovado na gestão Fernando Haddad (PT), na qual Whitaker ocupou o cargo de Secretário de Habitação (ele substituiu um malufista), o que tem parecido é que as disputas narrativas estão claramente acima da técnica.

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Precaridade urbana não é questão de disposição

Em 23 de julho, discutimos no grupo do COMMU a respeito do artigo “O ideal da cidade compacta ainda faz sentido?”, publicado pelo site Caos Planejado em 25/02/2021. Participaram da discussão Pedro Geaquinto, Lucian De Paula e este que vos escreve, Caio César. Geaquinto iniciou a discussão questionando as conclusões de André Sette, autor do artigo. Para Sette, o planejamento urbano muitas vezes revela posturas contrárias ao urbano, o que é paradoxal:

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COMMU participa de conversa com candidatura de Piracicaba

Introdução O COMMU recorrentemente comenta, propõe e cobra melhorias nas políticas públicas voltadas à mobilidade na RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) e ocasionalmente na MMP (Macrometrópole Paulista). Temos um posicionamento que é facilmente identificado como de esquerda e progressista. Com isso em mente, embora não façamos apoio a nenhum partido em particular, não é possível ser apolítico e se isolar das instituições responsáveis por propor, executar e fiscalizar políticas públicas.

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Plano Cicloviário de São Paulo vai para aprovação em audiências públicas

Depois de organizados 10 workshops onde uma centena de ciclistas se reuniu com técnicos da CET, SMT, colaboradores da Iniciativa Bloomberg (BIGRS) e os membros da Câmara Temática de Bicicleta , encontra-se em fase de sistematização e aprovação a nova versão do Plano Cicloviário de São Paulo, acessório ao Plano Municipal de Mobilidade Urbana — PlanMob/2015 . A cidade de São Paulo, que teve a expansão da infraestrutura de segurança cicloviária completamente suspensa pelo ex-prefeito João Dória, apesar de protestos , acena intenções de finalmente retomar a instalação de ciclovias e ciclofaixas, e de levar a sério o compromisso da Visão Zero reconhecido pelo Plano de Segurança Viária e o objetivo presente no Plano de Metas da gestão de reduzir de 7,07 para 6 mortes/100 mil habitantes.

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Ciclovias compartilhadas

Legenda: Largo São Bento. Fotografia: Nicolas Le Roux Só pra explicar uma coisa sobre “ciclovias sobre calçada” que quase ninguém parece saber, nem mesmo o novo prefeito eleito. Pensei nisso porque esta foto é particularmente explicativa e me lembrou do assunto. É extraordinário o descaso generalizado com as calçadas de São Paulo. Por quê? Porque apesar de ser passeio público, desde um decreto-lei da década de 50 as calçadas são responsabilidade dos proprietários do lote lindeiro.

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Relato da audiência pública da Ciclovia Domingos de Morais

Podemos, felizmente, começar pela fala final do secretário Sérgio Avelleda que sintetizou a audiência: tivemos uma contagem de 132 pessoas, aproximadamente, participando da audiência, e foi declarado unânime o desejo favorável à implantação da ciclovia. A ciclovia será feita em 4 trechos separados, cada um com uma tipologia, o que gerou uma certa confusão entre os presentes, mas que foi aceito — desde que a prefeitura instale todos os segregadores de segurança.

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As entrelinhas da preservação do Minhocão

Prólogo Recentemente o 32xSP publicou reportagem intitulada “Prefeitura autoriza Parque Minhocão, mas moradores sonham com demolição do elevado” a qual veiculamos na nossa página facebookiana, como parte da nossa postura de incentivar veículos regionais, veículos independentes e outras mídias que contribuem para um olhar mais plural sobre São Paulo e a metrópole. Introdução realizada, o que vale destacar é que a partir da divulgação, foram observados alguns pontos de vista nos comentários, os quais valem ser discutidos com maior profundidade e tranquilidade aqui no Medium, longe das pressões impostas por uma caixa de comentários e o imediatismo tão comum no Facebook e, talvez não seria exagero dizer, o imediatismo tão comum ao próprio Elevado.

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Cidade, local de democracia

Essa é uma frase que eu adoro e gostaria que mais gente entendesse. A democracia é acordo e concessão, é construção de consenso, é a queda de braço respeitosa lado a lado da ajuda mútua. Já a cidade é onde você faz essa democracia. Das inúmeras coisas negativas no país, ações e crenças que trazem retrocessos, atrasos, prejuízos, eu acredito que uma das piores é a ilusão de que democracia é sinônimo de eleições.

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As marginais se tornaram o sintoma de um tipo de egoísmo urbano

Contextualizando Recentemente compartilhamos em nossa fanpage publicações ligadas à Ação Civil Pública iniciada pela Ciclocidade, buscando evitar o aumento dos limites de velocidade nas marginais, a qual foi deferida, impedindo assim a Prefeitura de São Paulo de elevar os limites até que a liminar seja derrubada. Na altura você já deve estar se perguntando “tá, mas e daí?”, daí que vem a reação pública, a cobertura da imprensa, a cobertura dos veículos alternativos etc, sendo que aqui eu vou falar de como as pessoas estão reagindo nas redes sociais quando a grande imprensa fala do tema.

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Paulo Mendes da Rocha: “São Paulo não tem solução”. Será?

A premissa básica para a crítica de Mendes da Rocha gira em torno de duas coisas: Suposto excesso populacional; e Dificuldade de desurbanização caso a população pudesse ser drasticamente reduzida. Eis o fragmento que nos interessa: Cita o que considera bons exemplos da metrópole, como o Copan, de Oscar Niemeyer, e o Conjunto Nacional, de David Libeskind, ambos de uso misto e com térreos abertos. Mas afirma que São Paulo, como um todo, “não tem solução”.

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Construtora anuncia plano para o Tatuapé e moradores culpam prefeitura

Contextualização O Tatuapé é a região mais cara da Zona Leste da capital paulista. Sua importância tem crescido a medida que o zoneamento, muito permissivo, facilitou o surgimento de um polo gastronômico, boêmio e comercial, cuja força se soma aos eixos rodoviários e metroferroviários da região, com destaque para as avenidas Radial Leste e Salim Farah Maluf, bem como para o corredor de alta capacidade formado pelas linhas 3-Vermelha da Companhia do Metropolitano de São Paulo, 11-Coral e 12-Safira da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

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As contrariedades na discussão de uma São Paulo policêntrica

Introdução Imagine viver numa região com 20 milhões de pessoas e ouvir discursos, geralmente proferidos por alguns moradores da capital, de que São Paulo precisa se descentralizar, numa noção reducionista, na qual há uma relação de dependência completa, como se pudéssemos separar todo um complexo e diverso território em duas metades: na primeira, a mancha formada pela Avenida Paulista, a região de Pinheiros e mais alguns lugares ao longo da Marginal Pinheiros, já na segunda metade, você tem todo o resto, tudo no mesmo balaio, da mais paupérrima periferia aos subúrbios mais ricos, com sedes de grandes empresas, tudo classificado e vitimizado como “o resto”.

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Por que o enterramento da CPTM no eixo Lapa-Brás é tão importante?

Introdução Há um documento que descreve mais detalhadamente a proposta, trata-se do Capítulo 10 de um estudo elaborado pela Fupam, uma entidade relacionada à Universidade de São Paulo. O trecho Lapa-Brás é chamado de Tronco Metropolitano da Mobilidade Urbana, que se desdobra da seguinte forma, de acordo com a página 1 do documento: O Tronco Metropolitano da Mobilidade Urbana compreende o trecho da rede da CPTM que começa nas proximidades da Estação Lapa e segue até a Estação Brás.

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Centro Velho, Marginal Tietê, projetos, possibilidades

Introdução De protagonismo alterado décadas atrás, uma das regiões mais icônicas devido à rica arquitetura e história, continua sofrendo com o estigma da degradação, sujeira e mendicância. Algumas ações interessantes têm sido empregadas pela municipalidade, sendo que alguns elogios de atores internacionais em certos campos já se evidenciam, bem como fica inegável que Nova Iorque parece ter sido fonte de inspiração para pelo menos algumas delas. O desafio aqui foi dar um enfoque abrangente, mas ainda assim conciso em relação à região central, alguns projetos e possibilidades.

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