Metropolização em Debate

Estadão defende reajuste e opta por escamotear discussão envolvendo fontes de financiamento

Legenda: Ônibus da linha 7002–10 (Jardim Rosa Maria-Hospital das Clínicas) na região de Pinheiros Para jornal da família Mesquita, aumento autorizado por Bruno Covas corresponde aos interesses de quem vive em São Paulo Prólogo Em um editorial pouco surpreendente, o jornal O Estado de S. Paulo defendeu a postura do prefeito Bruno Covas, argumentando que o aumento da tarifa é uma decisão que “corresponde aos interesses dos paulistanos” e que houve “sensatez e realismo”.

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Não há uma resposta simples para a mobilidade na Zona Leste de São Paulo

Legenda: Avenida Assis Ribeiro na altura da Estação Engenheiro Goulart das linhas 12-Safira (Brás-Calmon Viana) e 13-Jade (Eng. Goulart-Aeroporto Guarulhos) O comportamento do território tem grande impacto na mobilidade. Resolver problemas de mobilidade exige resolver outros muitos problemas presentes no território No último domingo, 06/01/2019, um leitor fez uma intrigante pergunta numa publicação do COMMU no Facebook: Será que algum dia o problema de mobilidade da ZL será resolvido?

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Reajustes tarifários recém-anunciados não estimulam discussões sobre fontes de financiamento

Legenda: Ônibus da EMTU exibindo uma das tarifas da linha 133 no Terminal Km 21 Pedágios urbanos, impostos sobre combustíveis e aumentar a tributação sobre o carro são algumas das possibilidades para angariar receitas extra-tarifárias que podem ajudar a equilibrar o jogo Introdução Sem delongas, gostaria de recuperar argumentos que foram publicados no passado e podem nos ajudar em mais um momento de contagem moedas e aperto no orçamento.

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O turismo na Grande São Paulo merece um olhar mais atento

Legenda: Casal de idosos observa as águas do rio Paraíba do Sul e parque do deck de madeira da Rua Coronel Ramalho, em Guararema Passear não precisa ser sinônimo de automóveis e pedágios caros! Talvez existam boas opções não muito longe, basta ter disposição e explorá-las Introdução Em 27/09/2018, a Agência Mural publicou uma reportagem a respeito da busca por recursos adicionais, oriundos do título de MIP (Município de Interesse Turístico).

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4 eixos de atuação que definem os desafios para a mobilidade no Estado de São Paulo

Legenda: Passagem de nível do antigo ramal de Juquiá, Praia Grande, Região Metropolitana da Baixa Santista: melhorias nas ligações regionais estão entre os desafios Com o período eleitoral cada vez mais aquecido, esperamos que falas sobre questões desafiadoras de mobilidade ganhem cada vez mais evidência Prólogo Delineamos e comentamos quatro eixos de atuação que consideramos essenciais para a melhoria da qualidade de vida da população quando o assunto é mobilidade.

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Compras e viagens usando o transporte coletivo: sim, é possível!

Legenda: Acesso para pedestres do Parque Shopping Barueri, vizinho à Estação Antônio João da Linha 8-Diamante A Região Metropolitana de São Paulo conta com um aeroporto e diversos terminais rodoviários integrados ao sistema de trilhos, além de centros comerciais estrategicamente localizados Introdução Recentemente recebemos os seguintes comentários na nossa página no Facebook, devidamente indicados com setas vermelhas, após questionarmos quão ineficiente é o automóvel ao ocupar o espaço no sistema viário, ou seja, nas nossas ruas e avenidas:

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As entrelinhas da preservação do Minhocão

Legenda: Minhocão na região da Estação Marechal Deodoro da Linha 3-Vermelha (Itaquera-Barra Funda) Falar do Minhocão não precisa se resumir a pensar, de maneira imediata e indolor, alternativas viárias ou de lazer. Que tal resgatarmos algumas discussões e reflexões? Prólogo Recentemente o 32xSP publicou reportagem intitulada “Prefeitura autoriza Parque Minhocão, mas moradores sonham com demolição do elevado” a qual veiculamos na nossa página facebookiana, como parte da nossa postura de incentivar veículos regionais, veículos independentes e outras mídias que contribuem para um olhar mais plural sobre São Paulo e a metrópole.

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Praia na Região Metropolitana de São Paulo? Temos!

Legenda: Prainha do Riacho Grande, São Bernardo do Campo São Bernardo do Campo, no Grande ABC, abriga mais do que montadoras automobilísticas, amplas avenidas e shoppings centers Introdução No Riacho Grande, moradores e visitantes podem desfrutar de um amplo deck de madeira junto ao passeio público, quiosques com mesas e cadeiras, restaurantes flutuantes e uma pequena faixa de areia, com algumas árvores complementando o conjunto. Trata-se da prainha, como é conhecido o local, cujo principal acesso não poderia ter recebido um nome mais apropriado: Avenida da Praia.

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5 sinais de que o paulistano ainda não atingiu a maturidade

Legenda: Passageira prestes a embarcar num trem da Linha 3-Vermelha, na Estação Carrão Que tal ajudar alguns paulistanos a entender como estão contribuído para dificultar a modernização de São Paulo? Abaixo estão elencadas cinco situações comuns, todas acompanhadas de alguns comentários e esclarecimentos. Em alguns casos, foram incluídas fotografias também. 1. Defender bairros residenciais de baixa densidade ao lado de importantes centralidades Aqui temos um dos maiores reflexos de um processo de urbanização fragmentado e conduzido pelo mercado, que quando não estava desregulado o suficiente, buscava capturar o poder público para garantir a predominância de suas práticas, supostamente as melhores práticas.

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Avaliando o serviço suburbano Artesp entre Itapevi e São Roque

Legenda: Bilhete e comprovante de pagamento fornecido pelo cobrador Falta de informação e operação confusa se somam à desativação do transporte sobre trilhos Prólogo Numa linda tarde de sábado, 23 de setembro de 2017, passageiros se enfileiram num ponto mal sinalizado na região central de Itapevi. Esperam por um ônibus que conecta Itapevi a São Roque, passando pelo distrito de São João Novo. Trata-se de uma ligação que opera entre duas metrópoles: a de São Paulo e a de Sorocaba.

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Zona Leste: até quando presa numa camisa de força?

Legenda: Estação Carrão às 17h51, 30/08/2017 Após mais um feriado prolongado, impulsionado pelo Dia da Consciência Negra, a rotina volta com a força habitual na Zona Leste da capital. E com a rotina, voltam também os problemas recorrentes, que inspiraram nova reflexão por parte do COMMU Quando dialogamos com certas parcelas do campo progressista, uma das maiores dificuldades é explicar que a luta por mais infraestrutura de transporte não se trata de “mais do mesmo”, como já nos foi dito por uma ciclo-ativista.

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Pesquisa Origem e Destino 2017: A hora da verdade

Legenda: Logomarca da Companhia do Metropolitano de São Paulo, num monotrilho da Linha 15-Prata (atualmente Vila Prudente-Oratório) Há cinquenta anos é realizada, a cada década, a Pesquisa de Origem e Destino. Neste ano ocorrerá a sexta edição — a primeira depois que a mobilidade se tornou pauta decisiva para a gestão da cidade Há quatro anos um aumento de vinte centavos na tarifa foi o estopim para a maior série de protestos da atualidade em São Paulo, repercutindo em diversas cidades em situação semelhante, em todo o país.

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As marginais se tornaram o sintoma de um tipo de egoísmo urbano

Legenda: Muitas vezes invisível nas discussões, a Linha 9-Esmeralda contesta versões que negam a existência de pessoas, bicicletas e transporte de alta capacidade. Foto realizada na Estação Vila Olímpia, uma das mais bem integradas com o entorno Discussões sobre as marginais Pinheiros e Tietê mostram que paulistano não sabe discutir a própria cidade. Entenda Contextualizando Recentemente compartilhamos em nossa fanpage publicações ligadas à Ação Civil Pública iniciada pela Ciclocidade, buscando evitar o aumento dos limites de velocidade nas marginais, a qual foi deferida, impedindo assim a Prefeitura de São Paulo de elevar os limites até que a liminar seja derrubada.

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O pior do rodoviarismo é a narrativa

Legenda: Estação Rio Grande da Serra Tóxica e enganosa, ela se faz presente quando menos esperamos, nos jornais, nas mesas de bares, nos corredores do trabalho, na cantina da faculdade O Diário do Grande ABC publicou hoje, o9/01/2017, uma reportagem intitulada “Avenida dos Estados e seus velhos problemas", da qual os dois fragmentos abaixo foram extraídos: Principal ligação entre o Grande ABC e a Capital, passando por três cidades da região — Santo André, São Caetano e Mauá — a via segue com deficiências estruturais, entre elas remendos malfeitos no asfalto, falta de sinalização viária adequada, vegetação alta em diversos trechos, erosão às margens do Rio Tamanduateí, além dos já tradicionais congestionamentos.

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Por que a ideia de Doria para a EMTU pode ser um tiro no pé?

Legenda: Ônibus da linha 499 da EMTU, que liga o Terminal Cecap, na periferia de Guarulhos, à Estação Dom Bosco da CPTM, na periferia de São Paulo Desespero, não há outra maneira de definir a proposta da equipe de João Doria (PSDB), prefeito recém-eleito da capital paulista, que assumirá o governo municipal em 2017: encurtar as linhas de ônibus da EMTU, de forma a forçar um aumento no uso dos ônibus da SPTrans Introdução Encurtar linhas com o objetivo de racionalizar o transporte por ônibus é uma ação relativamente comum na capital e até mesmo em alguns pontos da metrópole, contudo, esforços em prol da racionalização costumam ser acompanhados de três elementos:

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Paulo Mendes da Rocha: ¨São Paulo não tem solução¨. Será?

Legenda: Plataformas na Estação Palmeiras-Barra Funda da CPTM em maio/2016, às 17h58 Em conversa com a Folha de S.Paulo, premiado arquiteto insiste no pessimismo típico do paulistano, mas estaria ele certo? Como uma solução vai surgir quando sentenciamos laconicamente que não há nenhuma? Precisamos virar o jogo! A premissa básica para a crítica de Mendes da Rocha gira em torno de duas coisas: Suposto excesso populacional; e Dificuldade de desurbanização caso a população pudesse ser drasticamente reduzida.

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Paranapiacaba: quando vão aprender a lição?

Legenda: O relógio da antiga estação Ano após ano, o cenário não se altera na pequena vila: má conservação, intervenções desrespeitosas com a história do lugar, informações turísticas ruins ou inexistentes, locais icônicos fechados ou subutilizados. Eis o panorama de uma região que marcou a história da primeira ferrovia do Estado de São Paulo Prólogo As impressões se referem ao estado da vila em outubro de 2016 e a visita ao local foi feita em um sábado ensolarado.

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Jardim Zaíra: Será possível solucionar o problema dos congestionamentos de um bairro tão populoso?

Legenda: Ônibus do Sistema Integrado Mauá Introdução O Jardim Zaíra é o maior bairro da cidade de Mauá, no Grande ABC, contando com uma população calculada em quase 80 mil habitantes, segundo Censo de 2010 do IBGE. O bairro é composto majoritariamente por residências, sendo boa parte dessas em aglomerados subnormais, e um eixo comercial bem dinâmico, onde é possível encontrar agências bancárias, supermercados, lojas das mais variadas, clínicas odontológicas, escolas de idioma, entre outras variedades.

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O Grande ABC precisa mesmo se sujeitar à EMTU?

Legenda: Ônibus da EMTU em Santo André: modelo de carroceria Alpha da fabricante Caio evidencia os descompassos, fabricada de 1995 a 1999, mostra que o veículo tem pelo menos 17 de anos de idade, quando 10 anos seria o máximo tolerável Mais uma vez moradores e frequentadores do Grande ABC se depararam com uma greve parcial nos ônibus intermunicipais (veja aqui e aqui), um tipo de greve que expõe não apenas os problemas trabalhistas, mas também a situação de falência e precariedade das empresas que atuam na região, um verdadeiro museu a céu aberto, abrigando a frota de intermunicipais mais velha e mal conservada de toda a Grande São Paulo, na única área do sistema da EMTU que não opera em regime de concessão, mas sim majoritariamente de permissão.

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Você também é pedestre, não se esqueça!

Legenda: Rua Serra Dourada vista a partir do edifício antigo da Estação São Miguel Paulista da CPTM Quem usa transporte público também é pedestre e, não somente isso, com certeza vive combinando o transporte com a caminhada, mesmo que muitas vezes nem se dê conta Minhas relações com a mobilidade a pé, ao menos nos últimos anos, têm se baseado numa perspectiva intermodal, que funciona basicamente da seguinte forma: caminhada + transporte coletivo (preferencialmente de alta capacidade) + caminhada, ou seja, eu saio da minha casa, caminho um pouco até um ponto de ônibus, embarco, sigo até uma estação da malha metroferroviária, embarco mais uma vez e depois volto a ser caminhante quando desembarco no meu destino, que pode estar a 10, 20 ou até 50 km de distância.

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